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quarta-feira, 7 de novembro de 2012


 Barack Obama vence e declara: "Vamos sair da crise com a participação e a ajuda de todos".



Mitt Romney reconhece a derrota e declara: "A eleição acabou, mas nossos princípios perduram". 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO-TEMPO-OPORTUNIDADE
Veja o vídeo no final desse texto.
 1) O vídeo dos atores da Globo está há mais de um ano  circulando na internet e nunca foi censurado de modo algum. Agora, com um ano de atraso, alguém assume a divulgação do vídeo dizendo: "é denúncia, compartilha logo, porque será censurado". Pronto. Obteve em dois dias mais de um milhão de acessos em sua página do facebook. O "compartilhe antes que censurem" funcionou. Foi uma esperta jogada que se poderia chamar "marketing de postagem". Muita gente, supondo que o vídeo estava recém sendo lançado e prestes a ser tirado do ar, entrou na do cara do facebook, correu para a sua página e abriu o vídeo. Mas tudo bem. O fato de este cidadão chamar atenção para si e para sua página não elimina o fato de que o vídeo é importante. Só não é novo. Nem corre risco de censura. Pode-se induzir uma pessoa a supor que algo é novo, que tem poucos dias de duração, tipo "aproveite antes que acabe" - sendo isso claramente inverdadeiro? Não sei.Talvez seja uma das questões éticas a pensar coletivamente no facebook.   
2) Aproveito esse fato, no entanto, para fazer uma reflexão que vai um pouco além da importância do vídeo em si. O vídeo é criativo e inteligente. Os atores da Globo realmente são ótimos. A causa é extremamente importante e uma campanha com eles tem uma repercussão enorme. O vídeo já está há um ano na rede. Já foi inclusive rebatido e parodiado por alunos da Universidade de Brasília e da Unicamp. Mas todos que acompanham o assunto Belo Monte - e que gostariam de ver essa questão sendo debatida nos seus momentos mais cruciais - acham que esse vídeo deveria ter aparecido dois anos antes. Não no final de 2011, mas no final de 2009. Por uma simples questão de tempo-espaço-oportunidade. Com a força incrível de atração que os atores da Globo têm, se esse video estivesse circulando em 2010, talvez não fosse emitido o licenciamento ambiental que o Governo Federal emitiu através do Ministério do Meio Ambiente para a realização da obra...aquele era um momento realmente nevrálgico da discussão, aquele era indiscutivelmente um momento dramaticamente e terrivelmente decisivo! 
 Ah, se esse video estivesse circulando em 2010, talvez o Governo Federal não tivesse realizado o leilão da obra, talvez a assessoria jurídica do Governo Federal não tivesse garantido esse leilão na Justiça, talvez o consórcio vencedor não tivesse iniciado a obra, talvez as obras de construção civil do projeto não estivessem em andamento como estão, talvez não houvesse o canteiro de obras que já existe...e a ameaça de a Usina Belo Monte acabar acontecendo de fato não seria tão concreta e contundente como já é hoje (e a paralisação da obra não reverteria em custos tão grandes para o país como poderá vir a ser agora, já que - caso haja a paralisação - a empresa irá reivindicar na Justiça o direito de continuar a obra que já ganhou em leilão ou de ser indenizada).
Por que digo que esse vídeo deveria existir em 2010? Porque os artistas da Globo têm um mágico poder de sedução e influência. Porque o James Cameron, ganhador de todos os Oscares possíveis com os filmes "Avatar" e "Titanic", veio ao Brasil em 2010, na hora-chave, e se manifestou. Sting já se manifestara. Ou seja: celebridades impactam e fazem as pessoas mudarem. Mas...o que fazer, talvez aqui no Brasil em 2010 muita gente ainda não houvesse percebido o tamanho do problema...ou talvez, porque no ano de 2010, ao mesmo tempo em que ocorria o avanço mais firme e mais ousado para tornar o projeto Belo Monte irreversível, havia também eleições no Brasil...










sexta-feira, 12 de outubro de 2012

The Rolling Stones -- Doom And Gloom (Lyric Video)

ESTA É SOMENTE PARA QUEM AMAVA (E AINDA AMA) OS BEATLES E OS ROLLING STONES.

Há 20 anos eles não têm um sucesso na parada. Há sete anos não gravavam. De Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood, recém saída do forno, totalmente inédita e nova: "Doom and Gloom". Um rock blues, de protesto, que diz algo assim como: não suporto mais o que os jornais publicam de tristeza e desgraça. É rock puro. No mais legítimo sentido da palavra. A velha rebeldia não morre aos 70. São eles, nada mais nada menos que os inimitáveis e lendários Rolling Stones. Clique e ouça.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

HUMOR E MÚSICA 

ESTRANHO MOMENTO VIVIDO PELOS DOIS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS

Barack Obama e Tim Romney. Tecnicamente perfeito.  
As eleições nos Estados Unidos acontecerão no dia 6 de novembro, 2012, terça-feira.Vale a pena ver o clip abaixo:


  lll

sábado, 6 de outubro de 2012

COMO VIVIAM NOSSOS PAIS
 
Havia um compositor / Maravilhoso, genial / Eram tempos de chumbo / E de turbulência total / De bolsa a tiracolo / E cabelos compridos / Seus versos aguçavam / A razão e os sentidos. / Sua dura poesia / Me fazia pensar / E mostrava a outra via / De entender e mudar. / O tempo confunde o tempo / Com seus tempos desiguais / E na viagem do tempo / As coisas mudam demais / Hoj
e há filhos no mundo / Que morrem sem mesmo saber / Outros são gênios plugados / Conectados loucamente pra viver / O amor se digitalizou / Mas o coração ensina / Que no fim o bem maior / É o amor de uma menina. / O planeta gira no seu eixo / E nunca gira para trás / Talvez sejamos os mesmos / Talvez sejamos iguais / Não queremos ser menos / Nem pensamos ser mais / Certo é que não mais vivemos / Como viviam nossos pais./ (JF)

terça-feira, 18 de setembro de 2012


VINTE DE SETEMBRO

"Sirvam nossas façanhas / De modelo a toda a Terra." / Dita assim, fica estranha / A expressão que aí se encerra / A morte realiza sua sanha / E mais um corpo de soldado se enterra / Não há pretensão tamanha / Para tão ímpia e tão injusta guerra. / Foram terras devastadas / Calcinadas em fome e sofrimento / Foram lanceiros mortos / Chacinados em abandono e desalento / Foram as pobres viúvas / Caladas em sua espera e lamento. / Casas, campos, colheita / Tudo destruído de uma feita / Ninguém haverá jamais de olvidar / Nem há força que possa arrancar / A estaca da bandeira farrapa / Fincada para sempre em nosso mapa. / Farroupilhas, tauras, guerreiros / Da nação se fizeram filhos verdadeiros / Em saga de honradez e lealdade / De grandeza e descortino / Porque foi na adversidade / Que souberam vencer a sorte e o destino. / Por isso, quando canto nosso hino / A voz irrompe forte no meu peito / E em cada frase, com respeito / Homenageio nossa História. / Assopro a brasa da memória / E lembro a façanha maior  / Aquela que não se haverá de esquecer / Aquela que haverá de ficar / Ainda que invisível ao olhos / Ainda que impossível tocar / Porque nos definiu como povo / Deu caráter ao gaúcho / E está na raiz da nossa identidade. / O Vinte de Setembro / Diz respeito,sim, a toda a humanidade / Não tome por imodéstia ou veleidade / Tantos sonhos morreram / Vidas se sacrificaram / Mas assinalaram ao mundo inteiro / O que pro mundo todo é verdade / Não há valor maior / Que o valor da liberdade. (JF)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

OS FILHOS VERDADEIROS DA NAÇÃO
 
Reverencio o dia da Independência / Embora tenha sido ato solitário, isolado / Respeito quem acha que não. / Se estou enganado, peço perdão / Não sei se é coincidência / Mas também o dia da República, na aparência / Não logrou significado / Não tocou o país no coração. / No Ponche Verde, no entanto / A história se escreveu em um Tratado / Onde Caxias, o Barão e Gener
al / Sem arrogância imperial / Ao assinar a honrosa paz / Bravo militar brasileiro / Não humilhou nenhum guerreiro. / Comandante firme e capaz / Deixou a guerra para trás / E na mais dura e decisiva etapa / Inclinou-se, respeitoso / À tenacidade farrapa. / A pátria é mãe / A grandeza é sua filha. / Todo o oficialato farroupilha / Foi incorporado com decência / Ao exército nacional. / Que ninguém me leve a mal / Peço de novo clemência / Se no dia da Independência / Trago à lembrança, assim de sopetão / O dia em que os gaúchos se fizeram / Com liberdade, sem medo e por opção / Como gaúchos brasileiros / Filhos verdadeiros da Nação.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A REAL DIMINUIÇÃO DA CALOTA POLAR: O QUE TEM DE POSITIVO E O QUE TEM DE NEGATIVO

É preciso olhar para o planeta com bom senso e realismo. Não adianta brigar com os fatos. Está havendo, realmente, uma redução, a cada ano, do bloco de gelo que constitui a calota polar: isso pode representar aumento de áreas cultiváveis e mais alimentos, acesso a metais preciosos no Canadá, Suécia, Alasca e Rússia, maior acesso a combustíveis fósseis nos Eua e Rússia, e ampliação de rotas comerciais que contornam o Polo Norte ligando muito mais facilmente a Europa Ocidental à Ásia. No entanto, se o bloco de gelo diminui de tamanho, a luz solar é absorvida pelo solo ou pelo mar, e não pela neve ou gelo, nesse caso o aquecimento da Terra é efetivamente maior; dá-se inevitavelmente um aumento do nível do mar e a consequente submersão de uma parte das margens dos continentes; a biodiversidade é afetada, alguns animais perderão seu habitat, outros ganharão, talvez; desaparecendo a camada de gelo, o gás metano que existe sob ela é liberado em maior quantidade, o que ajuda a aumentar a temperatura da Terra.





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UM JOVEM CIENTISTA, SUA PEQUENA HISTÓRIA ANÔNIMA E A GRANDE AMBIÇÃO HUMANA DE DESVENDAR O UNIVERSO

O jovem que fez este clip é um cientista. Ele não é mais do que um daqueles, digamos, pequenos e anônimos gênios, que costumam produzir as façanhas inacreditáveis da Nasa. Ele trabalhou por sete anos no projeto Curiosity, o jipe de observação que recentemente pousou em Marte após 8 meses e meio de viagem pelo espaço. Ao longo dos sete anos em que o projeto se desenvolveu, muita coisa mudou na vida dele. Ele viu seu primeiro filho nascer. Foi também nesse período que perdeu a mãe, que tanto amava. Quando o Curiosity ficou pronto para ser lançado ao espaço, ele já não era mais a mesma pessoa. Sua jovem e bela esposa e seu pai o acompanham nessa história, a história anônima de um jovem cientista e sua incontida emoção, ao ver o momento culminante de seu trabalho: um marco na história da ciência - e um passo decisivo para a grande ambição humana de desvendar o universo.
(clique no vídeo abaixo e veja - note: as legendas não constituem tradução literal, mas apenas um resumo livre das imagens)






BILL GATES: A EXCENTRICIDADE, O HUMANISMO E O TOALETE
 
O sr. Bill Gates, o homem que criou o Windows, e sua esposa, a sra. Melinda Gates, querem revolucionar o mundo com uma iniciativa social que para alguns pode parecer uma solução menor, banal e até - considerando que provém de um dos grandes cérebros do nosso tempo - um tanto quanto medíocre e inconsistente. No entanto, o projeto de Bill e Melinda é ambicioso em escala e profundidade: eles desejam mudar as condições de vida
 e saúde de 2.6 bilhões de seres humanos do planeta. Exatamente o quê eles prentendem? Bill e Melinda querem simplesmente reinventar o toalete. Se essa não é uma expressão entendida por todos, vamos deixar bem claro: Bill e Melinda querem reinventar a latrina. Um novo modelo de vaso sanitário dentro de um sistema sustentável: mais funcional, mais barato, mais acessível, mais limpo, mais reciclável. Doaram, com esse fim, através da Fundação Gates, 400 mil dólares a algumas universidades do mundo. Pesquisadores da China, Suíça, Holanda, Estados Unidos e Canadá estiveram reunidos esta semana com eles em Seattle.
Faz bem pouco tempo, tive a chance de ler o livro que recebi de meu amigo Eurico Salis: "Em casa - uma breve história da vida doméstica", do arquiteto e escritor inglês Bill Bryson. Bryson conta em sua obra que a maior atração da Grande Exposição de Londres de 1850 foi o vaso sanitário. Milhares de pessoas por dia, mais de 800 mil no todo, fizeram fila para ver a nova maravilha. A Inglaterra vivera os horrores da Grande Cólera. Trazida da Índia, a doença devastou a cidade em 1832 e causou grande mortandade. Ou seja: a latrina e o sistema de esgotos não foi um tema menor: foi, na verdade, um tema vital para a humanidade no epicentro das grandes transformações do século XIX. E continua sendo vital para muita gente, em vários quadrantes da Terra. Bill e Melinda poderiam usar sua incomensurável fortuna para oferecer prêmios charmosos, de grande repercussão na imprensa e na TV, que os colocaria sob a feérica luz dos holofotes. No entanto, o que os preocupa é a latrina. É, em outras palavras, a saúde humana. A saúde de pessoas para as quais ninguém olha, pessoas que não têm voz neste mundo. Algumas matérias sobre o assunto não escondem um certo desdém a algo supostamente tão simplório. É visível um certo tom de excentricidade nas notícias. Há quem diga que o projeto não passa de uma vulgaridade. Penso o contrário: Bill e Melinda podem ser excêntricos, mas há, na sua iniciativa, um singular, despojado e inegável conteúdo humanista. E isso, em minha humilde opinião, merece respeito.
(veja o clip abaixo:)


 
                                                                                                                                 

 


 


 
O DESIGNER DE PRODUTO: PROFISSIONAL CONTEMPORÂNEO IMPRESCINDÍVEL


clique na foto para ampliar
A partir da Revolução Industrial, a invenção e a inovação passaram a ser motor da economia. Aperfeiçoar produtos, industrializá-los e colocá-los no mercado - eis aí a essência da inovação: criar algo que seja mais útil, mais barato, tenha mais qualidade e - o que é essencial no nosso tempo - seja biodegradável ou passível de reciclagem. Alguns chamam isso de desenho industrial, ou projeto de produto. Há grande relevância em nosso tempo não só para o "design de produto" como também para o profissional que o produz, o "designer de produto". O designer de produto é o grande cérebro que produz os objetos, bens e utilidades de consumo que melhoram nossa vida. Ás vezes, no entanto, aparecem designers de produto tão criativos que a gente não pode deixar de achar engraçado o que eles propõem.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A CASA ELÉTRICA 

Filme de estréia de Gustavo Fogaça. Nesta sexta, 15h, no Festival de Gramado.
Uma história de triunfo e sofrimento. A vida fulgurante de Savério Leonetti, na Porto Alegre do princípio do Século XX. Sua paixão, seus sonhos e sua fantástica aventura de iniciar no sul do Brasil a indústria cultural da América Latina.
Clique abaixo e veja um novo clip: 


 

sábado, 11 de agosto de 2012


A SAGA EXTRAORDINÁRIA DE UM HOMEM DOMINADO POR SUA PAIXÃO
PELA PRIMEIRA VEZ PORTO ALEGRE VÊ O SEU PRÓPRIO PASSADO NA TELA DO CINEMA

 
Era a Primeira República. José Montaury governava a cidade. Uma época de grandes transformações. É nesse ambiente de início de século que Porto Alegre vive um dos momentos mais extraordinários e pouco lembrados de sua história: a epopéia de paixão, triunfo e sofrimento do imigrante italiano Savério Leonetti. Leonetti era um homem incomum, explosi
vo e obstinado e realizou um feito também incomum: fundou em Porto Alegre uma gravadora de discos e estabeleceu, no sul do Brasil, o primeiro marco da nascente indústria cultural da América Latina. Sua história de obstinação empreendedora e de ousadia, e seu amor tempestuoso por uma gaúcha, são narrados no longa-metragem "A Casa Elétrica", provavelmente o primeiro filme de época urbano realizado no RGS. Autor do filme: Gustavo Fogaça, o Guffo. Com Carmela Paglioli e Nicola Siri. Apresentação em Gramado, dia 17 de agosto.
(no clip abaixo: apresentação de cenas do set de filmagens, com fotos de Alexandre Berra e a música de apoio do filme, "Senza te", cantada por Isabela Fogaça, com letra e música de J.Fogaça)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

 A LUZ DAS ESTRELAS, CONTRA O RACISMO E EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Quando enxergamos à noite, no céu, a Primeira Centauro, na verdade é apenas o brilho da estrela Primeira Centauro de 4 anos atrás. Muitas das luzes que vemos no céu sejam, talvez, de estrelas que já morreram. Por que estou pensando nisso? O jornal New York Daily News de hoje, domingo, 5 de agosto, recordou em um canto de sua primeira página os 50 anos da morte da superestrela Marilyn Monroe, essa mulher absolutamente única, que capturou a imaginação de uma geração inteira, em toda a segunda metade do século XX. Pois essa mulher poderosamente fascinante, que arrastava multidões aos cinemas, deixou o mundo perplexo com seu suicídio na distante madrugada de agosto de 1962. Ninguém podia imaginar que, ao mesmo tempo, tratava-se da criatura mais indefesa, mais psiquicamente frágil e desprotegida em todo o formidável universo de poder e riqueza em que vivia. Li há alguns anos atrás, em sua biografia, que, ao tempo em que foi casada com o famosíssimo dramaturgo Arthur Miller, autor de "Morte de um Caixeiro-Viajante", peça encenada e reencenada milhares de vezes pelos palcos do mundo, ele (seu marido) foi perseguido e ameaçado pelo McCarthysmo e pelo famigerado Comitê de Atividades Antiamericanas. Colocando em risco sua já então fulgurante e milionária carreira, Marilyn posicionou-se com absoluta firmeza e solidariedade ao lado do marido. Em outra oportunidade, quando a magnífica cantora negra Ella Fitzgerald, no início de sua carreira, foi vetada na legendária Mocambo, a casa de espetáculos mais famosa de Los Angeles, nos anos 50, foi Marilyn quem intercedeu por ela. Disse que iria ao show todas as noites, enquanto Ella se apresentasse. Mesmo diante da possibilidade de ser boicotada por uma elite reacionária e conservadora, Marilyn não recuou. A boate ficou superlotada todas as noites e Ella Fitgerald foi catapultada para a condição de uma das maiores cantoras de jazz da história da música americana. A atriz Michelle Williams, interpretando Marilyn, foi indicada ao Oscar este ano. No escuro do cinema, adorei Marilyn Monroe em minha juventude. Hoje, eu a relembro com um tributo de admiração e respeito. Hoje, eu a reverencio por sua coragem cívica em defesa da liberdade de expressão e por sua grandeza humana na luta contra o racismo. Há seres humanos que nascem com tanto brilho, tanto carisma, tanta luz, que, mesmo após sua morte, essa luz continua viajando no espaço e chegando até nós, meio século depois. Como a Primeira Centauro. E como Marilyn Monroe.
(Abaixo, Marilyn e Arthur Miller, o homem por quem arriscou a vida e a carreira, em defesa da liberdade de expressão)

domingo, 5 de agosto de 2012

VIVER E DEIXAR VIVER: O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DA INTERNET
 
Que grande erro comete / Quem vem pra internet / Para fazer alarido / Disfarçado ou dirigido / De idéias pré-concebidas / Ou de obsessões mal-resolvidas. / Nesse mundo novo da internet / Se aprende, se brinca e pinta o sete / Mas vale a regra geral: / Respeito e cooperação é o fundamental / Com liberdade, como faz a garotada / Sem preconceit
o e carta marcada. / Assim, o pensamento circula, às vezes se repete / Mas toda impertinência se derrete. / Idéia fixa se esfacela / Facciosismo voa pela janela. / Estar na rede é ser livre, independente / Cada um sabe bem o que sente. / Na internet não se força a barra / Não se impõe nada na marra. / Não dá pra bancar a vedete / Cada um com o que lhe compete: / Feliz em seu querer / E consciente do seu fazer. / Se o que eu quero é só viver / Meu maior dever é deixar viver. / Pronto. Não tem truque nem feitiço / Não é preciso mais que isso. / E se disso você ainda não sabia / Use simplesmente a tecnologia / Veja como é incrível a internet / A gente dá na gente mesmo um reset / Volta, recomeça, reaprende do zero / No fim dá tudo certo, é o que eu espero. (JF)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A guerra do xis e do refri

MUDANÇA DOS VENTOS: FELIZMENTE (PARA UNS) E INFELIZMENTE (PARA OUTROS) NEM A COCA-COLA NEM O CAPITALISMO TERMINARAM NA BOLÍVIA

  
Nas imagens acima, o que os jornais disseram após as declarações
do Ministro David Choquehuanca.
(clique nas imagens para ampliar)


 
O governo boliviano desfez, há poucas horas, a notícia gerada por uma declaração do Ministro de Relações Exteriores, David Choquehuanca, de repúdio à Coca-Cola. O Ministro disse textualmente: a Coca-Cola e o capitalismo chegarão ao fim em 21 de dezembro. Notem: quem falou não foi qualquer pessoa, foi um Ministro de Estado
, o homem que tem a alta responsabilidade de conduzir os negócios externos do país. A palavra de um ministro tem que ser levada em conta. Foi o que os jornais fizeram. Mas a realidade, ao fim e ao cabo, é esta: a Coca-Cola não sairá do país de modo algum. O McDonald's, sim, já foi embora. Mas não porque haja ódio ao capitalismo nem porque a cultura local repudie o fast-food. Também não foi embora o McDonald's porque os padrões cerimoniais da cultura alimentar do povo boliviano reneguem a indústria do fast-food. Nenhum elemento da tradição alimentar e das raízes culturais do povo boliviano veio a tornar inviável a fortíssima presença do Burger King, do Subway, do Kentucky Fried Chicken e outras famosas cadeias de fast-food nacionais e internacionais. Que lá continuam operando a mil, e de forma olimpicamente capitalista: com vendas elevadas e altíssmo lucro. Aliás: como essa aversão cultural funcionaria contra o McDonald's e não contra seu irmão gêmeo Burger King? Como expulsar a Coca-Cola e manter no país a sua irmã gêmea, a Pepsi? Felizmente (para alguns) e infelizmente (para outros) nem a Coca-Cola nem o capitalismo terminaram na Bolívia. E felizmente (para alguns) e infelizmente (para outros) os fatos são os fatos: xis e refri continuam a ser um grande sucesso como empreendimento econômico na Bolívia.






terça-feira, 31 de julho de 2012


HUGO CHAVEZ, LEWIS CARROL E "ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO": O REFLEXO INFINITO QUE NUNCA COMPREENDI
  
Lewis Carrol observa Hugo Chávez - clique na imagem para ampliar

Lewis Carrol escreveu "Alice através do espelho" em 1871, na sequência de  "Alice no país das maravilhas". Seu objetivo era ridicularizar toda a lógica do absurdo que existe por trás da luta pelo poder entre os homens. No Brasil, a obra foi adaptada e traduzida por Monteiro Lobato, em 1961. Lembro que não consegui ler a história por inteiro: era complicado demais. Talvez porque, na verdade, "Alice através do espelho" não era propriamente uma história para crianças. 


Voltei a pensar em Lewis Carrol hoje, justamente no momento em que o presidente Hugo Chavez chega ao Brasil para assumir o Mercosul.


Desde 2006, é importante registrar, está em andamento o processo de entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno, com todas as prerrogativas e garantias dessa condição e em condições de igualdade com os demais integrantes do bloco. Pela primeira vez, desde que foi fundado, o Mercosul passaria a ter cinco, em vez de apenas quatro membros. Essa decisão de cúpula precisou ser ratificada pelo voto de cada um dos parlamentos nacionais. No âmbito do Mercosul, desde o Tratado de Assunção, de 1991, as decisões só podem ser tomadas através de consenso. Havendo discordância de um país, o processo é paralisado. E não há decisão. No Brasil, o ingresso da Venezuela está aprovado desde 2009. O mesmo se deu na Argentina e no Uruguai. É importante ampliar o Mercosul. 


Surge, no entanto, uma outra questão no campo político. Há um país - o Paraguai - cuja maioria congressual se nega a dar o sim à Venezuela. O Paraguai, nesse caso, certo ou errado, outra coisa não faz senão exercer um direito que lhe é assegurado pelas cláusulas do Tratado. Os parlamentares paraguaios alegam que a Venezuela não é uma democracia de verdade e que o presidente Chavez, além de impor um controle autoritário às instituições, o que o reelege infinitamente, tem o mau hábito de intervir nas questões políticas internas de países vizinhos, tomando partido em conflitos de poder locais. Chavez teria apoiado financeiramente a eleição e a reeleição de Cristina Kirchner, na Argentina. Há acusações formais de sua interferência na Colômbia. Pois bem: eis que se instala uma situação paradoxal. Acusado também de descumprir protocolos básicos da democracia na destituição do presidente Lugo, o Paraguai acabou sendo suspenso do Mercosul até 2013. Até aí, bem ou mal, são as regras do jogo. 


No entanto, os três países que assim deliberaram, tirando proveito dessa ausência forçada e obviamente temporária do Paraguai, mais do que rapidamente trataram de introduzir a Venezuela no bloco. Sem dúvida, uma ação astuciosa, uma grande rasteira no Paraguai. Mas...é de se perguntar:  é próprio da tradição diplomática do nosso povo, do povo argentino e uruguaio esse tipo de atitude ? O Paraguai não deve ser respeitado como nação, como coletividade nacional, como membro permanente, vizinho e parceiro comercial ? É correto esse drible de esperteza só porque o Paraguai está momentaneamente impossibilitado de se manifestar? Do ponto de vista da ética entre os povos, muitos analistas consideraram essa tática afrontosa e oportunista. 


Os governos, como o atual governo do presidente Frederico Franco, do Paraguai, são transitórios. Não é a um governo que se está passando para trás. Na verdade, está-se passando a rasteira em uma nação, em um povo, em um país soberano, em um membro permanente - um dos estados fundadores do Mercosul. Aí é que entra o jogo de espelhos. O incrível de tudo isso é que o Paraguai sempre foi contra a entrada da Venezuela no Mercosul sob o argumento de que a Venezuela não é um país verdadeiramente democrático. E agora - olha só - a Venezuela entra no Mercosul no momento em que o Paraguai é afastado temporariamente sob a acusação de não ter tido um comportamento verdadeiramente democrático. É o espelho frente ao espelho e seu reflexo infinito. Lembrei-me de Lewis Carrol e dos espelhos de Alice, que quando menino não compreendi. Não sei. Talvez continue não compreendendo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

SÓ PRA CHAMAR SUA ATENÇÃO 

Rodopio no mesmo lugar / Com a sombra me ponho a brigar / Grito, faço gato e sapato / Xingo, maltrato e destrato / Só pra chamar sua atenção. / Deixo todo mundo em sobressalto / Bato pé como louco no asfalto / Espalho mantras, cheiros, florais / Acendo vela, incenso e outros quetais / Só pra chamar sua atenção. / Depois hesito, caio e fraquejo / Faço de conta que nada sinto nem vejo / Digo que daqui eu não saio / Me atiro no chão e desmaio / Só pra chamar sua atenção. / Ao final, por favor, não se zangue / Não cometa um crime de sangue. / Na verdade, inventei tudo que foi dito / Foi mais uma artimanha, admito / Só pra chamar sua atenção.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

O FIM DA IMAGINAÇÃO É O FIM DA LIBERDADE E O FIM DA LIBERDADE É O FIM DA VIDA
(O que Ray Bradbury me ensinou)

 
Ray Bradbury mudou minha vida. Eu não sei exatamente quando, mas o que posso dizer é que, depois de ler "Fahrenheit 451", nunca mais fui a mesma pessoa. Talvez hoje, com o turbilhão de mudanças que a cada segundo a era digital joga sobre nosso cotidiano, "Fahrenheit 451" (tanto o livro como o filme) tenha se tornado um drama de ficção científica um tanto quanto ingênuo e bem menos sedutor. Não sei como os jovens de hoje o veriam. O que sei é que este livro - e o filme correspondente, dirigido pelo gênio de François Truffaut - tocaram fundo em minha emoção. 


"Fahrenheit 451" narra o drama de Guy Montag, em sua incrível trajetória da escuridão à claridade. É um tempo futuro e ele é membro de uma brigada antilivros. Livros geram dissidência e são proibidos pelo poder oficial. Seu trabalho é encontrar os livros ainda existentes na casa das pessoas, invadir, tomá-los à força e incinerar tudo. Ele cumpre fielmente seu dever. No entanto, no escuro e na solidão da noite, sob a tênue luz de uma lanterna, escondido de sua própria mulher para que esta não venha a delatá-lo, ele lê com avidez alguns dos livros que conseguiu secretamente preservar e guardar. E descobre pouco a pouco um mundo maravilhoso, um mundo jamais pensado, de histórias, de sonhos, de vidas, aventuras, mistério, magia e conhecimento: o ilimitado e fantástico mundo da imaginação humana que está dentro dos livros. 

Mais do que qualquer outra personagem literária de minha adolescência, foi Montag, na sua dura viagem da alienação ao estado de consciência, quem me fez entender - de uma vez para sempre - que os valores da liberdade e da imaginação são os que nos distinguem dos outros animais e nos tornam verdadeiramente humanos. 

O falecimento de Ray Bradbury, recentemente ocorrido, foi noticiado nos jornais do mundo inteiro e me fez lembrar que seu legado é inestimável para a minha geração. Dele recebi um ensinamento que jamais esquecerei: o fim da imaginação é o fim da liberdade e o fim da liberdade é o fim da vida.

Na foto abaixo, Ray Bradbury  
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sábado, 21 de julho de 2012

AMIGA
 
Essa verdade é tão antiga / Que talvez eu não consiga / Dizê-la toda num só dia, amiga. / Vejo-te enfrentar os maus ventos / Com a solidez de uma viga / E mesmo quando o mundo adormece / Tua usina não desliga. / Nem ódio nem medo / No teu peito se abriga / Estás sempre em paz com o mundo / Que Deus o bendiga. / Se alguém quiser as nuvens / Basta que te siga. / Mas não posso esquecer / Que uma de tuas grandes qualidades / É ser boa de briga. / E isso é pura verdade. / Quem já sentiu que o diga
. (jf)

domingo, 15 de julho de 2012

QUANDO TE ABRAÇO

Carmela e Felipe. Foto de um casamento. Foto de um abraço. Lembrei-me de um pequeno poema e o reescrevi.  
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QUANDO TE ABRAÇO
Quando te abraço / Sinto chão sob meus pés / Tenho rumo para meu passo / O fio que me prende ao universo / Completa por inteiro seu laço. / Quando te abraço / Eu me reconcilio com a vida / Minha cabeça dá voltas no espaço / Mas sei perfeitamente quem sou / Reconheço de mim cada pedaço. / Quando te abraço / Mergulho, afundo, renasço / Volto à superfície / E cada parte de mim eu refaço. / Não há desalento. / Não temo a dor nem o cansaço. / Minha luta, meu sonho / Tudo que persigo e caço / O duro barro que eu amasso / O que a cada dia faço ou desfaço / É só para merecer teu redobrado zelo / Esse infinito desvelo / Em que me abandono / Quando te abraço. (JF)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

SEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO

É impressionante como os conceitos se modificam a cada década nesse novo mundo em que vivemos. Quando a minha geração estudava Geografia, falava-se eloquentemente em recursos naturais. País com recursos naturais tem tudo e não passa fome, se dizia. Estamos na segunda década do século XXI e tudo mudou. O importante não são os recursos naturais, se diz agora, o importante é a segurança alimentar. Segurança alimentar é a capacidade que cada país tem de assegurar alimentos a toda sua população, de forma contínua e permanente, com qualidade e quantidade suficientes. Notem, nesses dados da revista inglesa Economist, expressos no quadro abaixo, que o Brasil está em 31º lugar, muito longe da França, por exemplo, que está em 4º lugar. No entanto, nossa capacidade agrícola é maior do que a da França. Ainda mais: a Arábia Saudita, que não tem terras agricultáveis e não tem água (a água lá utilizada vem do mar, é transportada por 350 km e tem que passar por um caríssimo processo de dessalinização antes de ser consumida pelas pessoas e antes de ser empregada na irrigação), está em 28º lugar e é um país considerado de boa performance; a Tanzânia, ao contrário, é um país rico em terras agricultáveis, a maioria das propriedades é de pequenos produtores rurais, tem água abundante, mas está em 99º lugar e é considerado um país de baixíssima performance. O que explica o Brasil ter menos segurança alimentar do que a França e a Tanzânia menos do que a Arábia Saudita? A segurança alimentar, no mundo de hoje, não está mais dimensionada pela capacidade de produzir alimentos internamente, mas sim pela capacidade de toda a sua população de "acessar" os alimentos. Um país com instabilidade política, más estradas, precária infraestrutura e logística de distribuição, população com baixa renda, reduzida capacidade de importação, além de baixa produtividade agrícola, é um país que está sujeito à insegurança alimentar, o que - em outras palavras - significa que sua população pode ser submetida recorrentemente a períodos de escassez de alimentos e fome. Isso também explica por que, mesmo sendo um grande produtor de alimentos, rico em recursos naturais, com bolsões de alta produtividade, estamos em 31º lugar no mundo, depois da Arábia Saudita, que nem água tem.
  
O quadro abaixo indica a posição dos países quanto à segurança alimentar, isto é, a capacidade de garantir alimentos de forma continuada e permanente a toda sua população. O Brasil, apesar de ser um país eminentemente agrícola, está em 31º lugar. O Sudão e a Etiópia, que são exemplos de insegurança alimentar, encontram-se no 95º e no 100º lugar, respectivamente. Os Estados Unidos vêm em 1º lugar. O gráfico também demonstra a diferença entre os países pela coloração. Quanto mais escuro, mais alto o grau de segurança alimentar. O Brasil, a Argentina e a China estão posicionados no nível considerado "boa performance". O Paraguai e o Egito, por exemplo, têm "modesta performance". Já a França e a Austrália estão no mesmo nível dos Estados Unidos, cumprindo a "melhor performance".

                               Clique no gráfico para ampliar e ver a classificação dos países:


quinta-feira, 12 de julho de 2012

RIO +20 - Propostas que não foram atendidas no documento final:

O NOME CERTO
 
Dar o nome certo / A cada coisa / É o que se deve fazer / Eis a pura verdade / Sexo só por prazer / Não está errado / É sexo e é prazer / Ponto / Não há nenhuma novidade / Agora, sexo com amor / É preciso dizer / Tem outro nome / Pra mim é: felicidade. (JF)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PARA CONTAR PARA OS NETOS


Esses 32 segundos marcam um grande momento da História. No máximo uma vez a cada século se presencia algo dessa magnitude e significação. Uma platéia composta pelos maiores cérebros do planeta aplaude efusivamente a notícia da confirmação da existência do bóson de Higgs. Mr. Higgs, o homem que calculou e previu a existência da partícula de Deus, humildemente, está entre eles.




sexta-feira, 6 de julho de 2012

GISELE BÜNDCHEN E O BÓSON DE HIGGS, A PARTÍCULA DE DEUS.

O estilhaçamento de prótons dentro de um aparelho denominado Colisor de Hádrons, permitiu chegar-se ao Bóson de Higgs.


Imagine uma tigela de gelatina. Se você atravessá-la com o fio de uma faca, a faca cortará facilmente a gelatina de ponta a ponta. No entanto, se você tentar perpassar essa gelatina com a parte larga e plana de uma espátula, o deslocamento da espátula dentro da gelatina não terá a mesma velocidade. Essa "gelatina" é o que os cientistas estão chamando de "Campo de Higgs". É um campo de energia. Esse campo de energia, ou Campo de Higgs, ou "gelatina", é o responsável por dar massa às partículas, em cada átomo. Higgs é o cientista que previu a sua existência há 48 anos atrás.
  
 Quanto mais as partículas interagem com esse campo, mais massa ganham. Se elas não interagem com esse campo, não têm massa nenhuma. Como a sardinha e a baleia dentro d'água. A resistência que a água oferece a uma é diferente da outra. Assim acontece com o elétron, que é como uma sardinha,  e o quark, que é como uma baleia, no campo de Higgs. Quer dizer: as partículas que integram o átomo interagem com esse campo de energia através de uma subpartícula, que até agora não se tinha certeza se existia realmente: o bóson. Na verdade, o campo de energia (a gelatina) é constituído de bósons. O bóson é o menor quantum, o menor valor do campo de Higgs. Por isso é chamado bóson de Higgs. Onde fica o campo de Higgs? Em cada átomo, logo o campo de Higgs é todo o universo. Tudo que existe está mergulhado nesse campo. Seu carro, a vaca do seu Genivaldo, o Neymar, os ursos polares, os pinguins - nada está fora. O bóson está em todo lugar onde a matéria existe. Sem o bóson de Higgs nossos corpos despencariam para o fundo do universo, nada pararia em lugar nenhum. Sem o bóson de Higgs não haveria o campo de Higgs e sem o campo de Higgs as partículas não teriam massa e estariam condenadas a se mover infinitamente à velocidade da luz, não podendo, assim, formar objetos sólidos. Sem massa, o universo seria um lugar muito distinto do que conhecemos. Por exemplo: se um elétron não tivesse massa, não haveria átomos e, portanto, a matéria simplesmente não existiria. O universo como o conhecemos não existiria. Não haveria sequer o átomo, as moléculas, os asteróides, as formigas, os planetas. Sem o bóson de Higgs não haveria reações químicas, logo não haveria vida. Nem eu, nem você existiríamos. Nem a Gisele Bündchen. 

É o bóson que faz alguma coisa ter massa ou não ter. Dedutivamente, os pesquisadores chegaram à seguinte conclusão: o bóson está na origem do mundo. Dentro da teoria do Big Bang, que diz que o universo surgiu há 13,7 bilhões de anos, pela via de uma explosão, o bóson joga um papel absolutamente fundamental: é a primeira partícula a atuar para dar massa às demais. Higgs e seu time de pesquisadores não têm dúvida: foi o bóson que garantiu o nascimento, a formação e a expansão do universo. Finalmente, para que não se tenha nenhuma dúvida: é o bóson que garante massa a cada molécula que compõe o todo de um conhecido ser terrestre da espécie gaúcha, original das regiões mais austrais da América do Sul, ao qual os humanos costumam denominar Gisele Bündchen. Sei que até aqui não foi fácil nem explicar nem entender. Mas acho que com esse último exemplo consegui elucidar de uma vez por todas.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

leia e ouça: 

HÁ UM POUCO DO MEU CORAÇÃO EM PORTUGAL 
Quem dera / Ai quem me dera a inconstância / Ai quem me dera ser um pássaro / Num pouso breve em tuas mãos / Quem dera / Ai quem me dera a fronte erguida / Ai quem me der a água límpida / O fogo e o sal da terra nua / Um pouco de ti / Nas vozes da manhã / Há um pouco de ti / Nos meus olhos / Nas brancas janelas / Que o tempo fechou / Quem dera morrer em Portugal / Quem dera / Ai quem me dera o canto livre / Ai quem me dera nunca esmorecer / E não calar meu coração / Quem dera / Ai quem me dera a longa vida / Pra ver nascer / Do chão do meu país / Num céu de abril / Um cravo, um dia / Um pouco de ti / Nas sombras de mim / Há um pouco de ti / Nos meus passos / Nas pobres mulheres / Nos barcos ao  mar / Quem dera morrer em Portugal. 

PARA OUVIR, CLIQUE NO LINK ABAIXO:
Há Um Pouco Do Meu Coração Em Portugal - Música: Kledir / Letra: Fogaça / Canta: Kledir e Grupo Almôndegas.
ONDE EU NASCI
Eu nasci / abaixo do rio Uruguai / Sou um cuera / ...

PARA OUVIR O RESTANTE, CLIQUE NO LINK ABAIXO:
Onde eu nasci
A LUZ E AS SOMBRAS
 
Nos últimos 20 anos, o consumo de energia nos países desenvolvidos tornou-se 12 vezes maior do que o consumo dos países em desenvolvimento. Veja, nesse mapa da Nasa, quais são as áreas de luz e as áreas de sombra. Isto é: quem consome energia elétrica no mundo e quem não consome.




CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

sexta-feira, 29 de junho de 2012

RIO +20: o que aconteceu nos 20 anos que a separam da Eco 92 
 Dados extraídos de relatório oficial do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente demonstram que a Eco 92 valeu mais pelo seu efeito pedagógico do que por resultados concretosClique no link abaixo:  Rio +20 - saiba o que aconteceu no planeta nos últimos 20 anos

quarta-feira, 27 de junho de 2012

JUSTIÇAMENTO DE COMPANHEIROS DA LUTA ARMADA DURANTE A DITADURA






A Folha de São Paulo mostra em reportagem que companheiros julgaram e executaram companheiros nos anos de chumbo da ditadura militar. 
SOM, ESPAÇO E MOVIMENTO: O CINEMA NA SUA ESSÊNCIA E A INVENÇÃO DE UM NOVA ESTÉTICA




 
Li em algum lugar que "Singing in the rain" (Cantando na chuva), o filme, comemora 60 anos. Não o vi, tinha apenas 5 anos quando foi lançado. Mas a cena de Gene Kelly cantando a canção de Arthur Free e Herb Brown no meio da rua constitui um dos momentos mais extraordinários da arte do cinema de todos os tempos. Sou apaixonado por esta cena desde que a vi pela primeira vez, há muitas décadas. Percebam o travelling (a viagem) da câmera. Aproxima-se e fecha no detalhe do sorriso de Gene Kelly e logo se abre para toda a amplitude do cenário, depois se afasta novamente para que o guarda-chuva gire infinitamente. As sensações brotam da tela e capturam nossas mentes e corações. "Singing in the rain", na minha opinião, inaugura o cinema moderno, tal como o conhecemos. Essa dinâmica de som, espaço e movimento, que combina de forma arrebatadora emoção e significado, tem aí o seu ponto culminante. O cinema dos anos cinquenta descobriu que um poste de luz não é apenas um poste de luz, não é apenas um objeto estático que decora o cenário. Um poste é, sobretudo, um ponto de apoio para subir, abrir os braços e saltar ao chão. Um poste de luz, no cinema, pode ser, na verdade, um pretexto para a ação, para o gesto, para o movimento. Tudo é ação: a vitrine da loja, o cordão da calçada (meio-fio), a água da chuva, os transeuntes, cada elemento do cenário está a serviço dessa lógica que vê no movimento uma forma de linguagem. Música, letra, interpretação, voz, dança, sapateado, cenário, coreografia, atores, personagens, fotografia, cor, luz, ritmo, tempo, montagem, sequência, som e movimento - em nenhum outro momento da história do cinema todos esses elementos foram reunidos em uma só cena com perfeição tão absoluta. Assistam e ouçam, levantem o som do computador, é o cinema puro, na sua mais definitiva forma de expressão. É intocável, é uma relíquia do século XX. É a invenção de uma estética que sobreviveu ao século XXI. Ninguém fez melhor até hoje. Em qualquer tempo e lugar.

terça-feira, 26 de junho de 2012

GASOLINA: NÃO TEM AUMENTO, NÃO TEM MILAGRE, NÃO TEM ESTRADA
 
O preço da gasolina aumentou ontem nos postos. Ninguém sentiu. A gasolina aumentou 7,83%. Mas, para esse aumento não aparecer, um imposto foi zerado: a Cide*. Os recursos da Cide têm dois destinos : a) investimentos do governo em tecnologia ambiental para combater o efeito de combustíveis fósseis (CO2) e b) estradas. Esses recursos, com o zeramento da Cide, simplesmente não existirão. Menos estradas conservadas e mais CO2 no ar. O consumidor - como consumidor de gasolina - não perde. Mas perde como usuário de estrada e perde na qualidade do ar que respira. Quer dizer: milagre não existe. Não tem aumento, não tem milagre, não tem estrada.
*Contribuição sobre intervenção no domínio econômico.

domingo, 24 de junho de 2012

POBRE LUGO, POBRE PARAGUAI, POBRE DEMOCRACIA
O ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, construiu sua formação política a partir de vertentes da esquerda latino-americana que tiveram sua vigência nos anos 60 e 70. A corrente política da qual ele é originário, embora sincera, ignorou  cruciais mudanças ocorridas no mundo nas últimas décadas. Quando uma ideia ou um método estão fora de seu tempo e lugar, ao invés de produzir soluções, acabam produzindo apenas crise, impasse, imobilidade e, quase sempre, o pior: um efeito contrário aos seus objetivos. 
O discurso político sustentado por Lugo, no entanto, mesmo envelhecido e incapaz de garantir na prática avanços reais àqueles a quem pretendeu defender, foi inegavelmente o discurso que o elegeu. Diferentemente do que aconteceu em outros lugares, Lugo não pode ser acusado de ter vencido com um discurso e governado com outro. Não. Lugo foi rigorosamente coerente com o sucesso político de seus dogmas e de seu anacronismo. Colocou em prática o seu discurso: o mesmo que o levou ao epicentro do poder também o levou ao abismo.
      Nunca é demasiado reafirmar: o mundo mudou, mas a transformação social continua uma necessidade urgente e absolutamente inadiável. As diferenças, os dramáticos desníveis de acesso aos meios de produção e à renda não desapareceram. A miséria e a injustiça constituem ainda a amarga realidade de imensas parcelas desta América Latina. 
     Hoje, no entanto, a ruptura com esse estado de coisas passa por outras formas de luta. Há muito mais avanço, há muito mais mudança e transformação social em políticas públicas lastreadas na cooperação do que nas ações engendradas a partir do conflito e da ruptura. A governabilidade hoje é essencial à defesa dos excluídos. Destruir a governabilidade é destruir os instrumentos de luta dos menos favorecidos.
     A erradicação da pobreza depende hoje da capacidade de se produzir consenso em torno de um projeto comum e socialmente solidário, que se construa em um ambiente de  diálogo, confiança e soluções negociadas, um ambiente favorável aos investimentos, ao crescimento econômico, à geração de empregos, à  legitimação e viabilização da pequena propriedade agrícola. Ou seja: em uma democracia de mercado na qual o Estado não abra mão de seu necessário papel de iniciativa e coordenação em defesa do bem comum. 
  Diante do desfecho surpreendente da crise política do Paraguai, é importante deixar claro: Lugo tem uma visão política extemporânea, superada - equivocada, talvez - mas não criminosa. Mesmo que seus movimentos de governo tenham sido vacilantes, erráticos e contraditórios, a decisão-relâmpago de subtraí-lo da presidência não deixou de causar estranheza e mal-estar. Mesmo que tenha sido por meios constitucionais e pela maioria das duas casas do Congresso.  Os instrumentos que a democracia inventou para resolver esses equívocos são outros: a organização política, a liberdade de expressão, o debate, o diálogo e o voto.
    Se vivesse no Paraguai, provavelmente não teria votado em Fernando Lugo. Mas também de modo nenhum apoiaria sua destituição. 

sábado, 16 de junho de 2012

É SIMPLES, MAS FICARÁ PARA SEMPRE
 
Sabe em que estou pensando? Em uma grande mulher. Uma mulher que, através de palavras que ganharam vida e ganharam mundo, produziu uma nova ética intergeneracional para o nosso tempo. E para todos os povos.
É incrível: certas palavras ou expressões nascem com o dom da hiperssignificação. Isto é: são absolutamente certeiras, precisas e particularmente vigorosas em relação ao conteúdo que querem expressar. Uma vez assimiladas, correm o mundo, andam por todas as bocas e textos, em qualquer língua, em qualquer dialeto, ganham vida própria, tornam-se emblemáticas, infalíveis. Em qualquer lugar, basta mencioná-las para dizer muito, e até, em alguns casos, dizer tudo que se quer dizer. Esta senhora, que costuma atender pelo nome de Gro, foi quem cunhou e definiu a expressão "desenvolvimento sustentável", há 25 anos atrás, em um relatório que elaborou e apresentou junto à ONU. Gro é Gro Brundtland, ex-primeira-ministra da Noruega e extraordinária militante mundial do ambientalismo. O conceito de desenvolvimento sustentável está lastreado em uma visão generosa e humanista, e foi capaz de produzir uma nova ética intergeneracional: é preciso atender às necessidades das gerações atuais sem comprometer as necessidades vitais das gerações futuras. Desenvolvimento sustentável. É simples, mas ficará para sempre.


Gro Brundtland