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quinta-feira, 31 de maio de 2012

UMA ANTIGA MILONGA NA VOZ DE UMA NOVA GERAÇÃO 

Oly Jr. é um dos nossos novos talentos e faz uma leitura moderna dessa composição que recebeu a Calhandra na Califórnia da Canção Nativa.


SEMEADURA (Música: Vítor Ramil / Letra: José Fogaça)
Nós vamos prosseguir companheiro, medo não há / No rumo certo da estrada / Unidos vamos crescer e andar / Nós vamos repartir, companheiro, o campo e o mar / O pão da vida, meu braço, meu peito, feito pra amar. / Americana pátria morena / Quiero tener / Guitarra y canto libre / En tu amanecer / En la pampa mi poncho a volar / Estera de viento y luna, viento y luna. / Nós vamos semear, companheiro, no coração / Manhãs de frutos e sonhos / Pra um dia acabar com essa escuridão / Nós vamos preparar, companheiro, sem ilusão / Um novo tempo em que a paz e a fartura brotem das mãos. / Americana pátria morena / Quiero tener / Guitarra y canto libre / En tu amanecer / En la pampa mi poncho a volar / Estera de viento y luna, viento y luna.

Cique no link abaixo para ouvir:

Semeadura, de Vitor Ramil e José Fogaça, com Oly Jr.
Semeadura, com Oly Jr.

quarta-feira, 30 de maio de 2012


Cinema: "O Corvo"
O POEMA DO NUNCA MAIS E O ENIGMA DE POE

Li pouco Edgar Allan Poe e apenas na adolescência. O que pude conhecer, no entanto, me permitiu vislumbrar o gênio. O primeiro foi um livro muito popular e muito lido naquele tempo: "Os Assassinatos da Rua Morgue". O segundo, que vim a ler um pouco mais maduro, é um poema daqueles que quem lê nunca mais esquece, fica impregnado para sempre no nosso espírito: "O Corvo", na tradução de Machado de Assis.

 A atmosfera soturna de solidão e tristeza, a inevitabilidade da morte, o amor romântico intranscedente, que sabe que jamais atravessará os umbrais da eternidade para reencontrar a amada que se foi fizeram desse poema uma obra-prima da literatura universal. Em meio a um clima fúnebre, de tristes presságios e desesperança, há um amor sem limites, há um corvo pousado sobre uma estátua de Atena e o aflito lamento de algo que foi perdido para nunca mais. 

Edgar Allan Poe se tornou um autor cult, uma espécie de ícone da literatura gótica, admirado e reconhecido no mundo inteiro até os dias de hoje. 
Os jornais da época registram sem hesitação: a morte de Poe, coincidentemente, como as histórias que ele escreveu, foi cercada de enigmas e mistério. Poe foi encontrado pelas ruas de Baltimore, em 1849, em visível estado de perturbação mental, provavelmente sob efeito do álcool ou de drogas. Nessa condição de alienação e delírio viria a morrer alguns dias depois, no leito de um hospital. Sem nenhuma explicação. Sem que ninguém pudesse compreender as razões de seu estranho comportamento. 

A partir desse fato incontestavelmente verídico e documentado na Enciclopédia Britânica, o filme "O Corvo", em cartaz em Porto Alegre, produz uma fantástica história de ficção, envolta em sangue, tortura, horror, sacrifício e morte. Não é um filme para pessoas sensíveis a esse tipo de cena. Minha paixão por Poe me fez assistir a tudo - absolutamente gélido e aterrorizado na cadeira. E só ao final das cenas mais macabras eu descongelava. Graças à incumbência de - a cada passagem dantesca - ter de avisar Isabela de que ela já podia olhar de novo para a tela. 

John Cusak, que interpreta Edgar Allan Poe, imerge impetuosamente nessa lúgubre jornada, em busca de uma chave para o enigma de Poe, e constrói com impecável rigor e talento uma personagem perfeita: atormentada, obsessiva - em um filme simplesmente arrebatador. Na perspectiva dessa estética de sombras, é um grande filme. Extraordinário filme. Um filme digno de Poe.



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CINEMA - TRAILER DE "O CORVO"

Com John Cusak.
As estranhas e inexplicáveis condições em que morreu Edgar Allan Poe.
Este filme, através de uma obra de ficção, tenta decifrar esse enigma.



segunda-feira, 28 de maio de 2012

NOITADAS DE GALPÃO
 
Nas noitadas de galpão / Tinha os causo de peão / Tinha até fogo de chão / Pra gente se aquentar / Os guri lá da cidade / Não conhecem a metade / Das escabrosidade / Que contavam pros piá. / Lua cheia, lobisome / Dá um frio no abdome / A valentia velha some / É bom não duvidar / Se tu tem medo de careta / É no rangido da carreta / Que a coisa fica preta / Tá chegando boitatá. / O guri encarangado / Ouve quieto e calado / Com os olho arregalado / Sente a espinha arrepiar / Antes que lhe apareça / A mula sem cabeça / Uma cerração espessa / Vai baixando devagar. / Eu que vinha da cidade / Cheio das verbosidade / Ouvia as barbaridade / Não me atrevia a falar / Histórias de bruxaredo / Eu ali, cheio de medo / No outro dia, muito cedo / Tinha que levantar. / Meia-noite, não atrasa / Era a ordem lá de casa / Mas eu ficava ao pé das brasa / Não saía do lugar / Não deixava o borburinho / Pra lugar nenhum sozinho / Não ia nem lá no cantinho / Pra poder me aliviar. / Nas noitadas de galpão / Tinha os causo de peão / Tinha até fogo de chão / Pra gente se aquentar / Os guri lá da cidade / Não conhecem a metade / Das escabrosidade / Que contavam pros piá. (JF)

sábado, 26 de maio de 2012

A PRIMAVERA ÁRABE E OS CAVALOS DE PINDER
 
Por volta de 1855, percorrendo as pequenas cidades da França, um pequeno circo equestre, de propriedade dos irmãos Pinder, George e William, oriundos da Inglaterra, ganhou extraordinária fama e renome. Os irmãos Pinder e seus filhos, além de exímios cavaleiros, eram acrobatas fantásticos. Com piruetas prodigiosas, em cima dos cavalos, arrancavam aplausos do público. Os cavalos do circo Pinder se tornaram célebres no mundo. Tudo porque andavam incansavelmente em círculos, no picadeiro, por horas inteiras. Voltando sempre ao mesmo lugar.
Não sei bem por quê, pensei nos cavalos do circo Pinder ao ler esta semana notícias sobre o último ciclo da Primavera Árabe no Egito.
A Primavera Árabe produziu um verdadeiro terremoto político, removendo placas geológicas do poder há muitos anos sedimentado na vida do país. A Primavera Árabe foi, acima de tudo, uma mobilização poderosa, um esforço inaudito, que fez sair às ruas forças inimagináveis da sociedade egípcia, que fez com que aflorassem profundas e desconhecidas energias democráticas da juventude árabe, que fez, enfim, emergir todo o vigor e revolta de um povo há 40 anos adormecido. No entanto, tal como os cavalos de Pinder, toda essa energia, toda essa erupção social, toda essa inédita tensão coletiva não foi mais do que simplesmente dar uma volta no picadeiro. Nas eleições presidenciais egípcias dois candidatos demonstraram força eleitoral e vão para o segundo turno: o militar Ahmed Shafiq, ex-primeiro-ministro de Hosni Mubarak, o presidente que foi deposto pelo furacão da Primavera, e Mohamed Morsi, vinculado a uma linha política conservadora que coloca o Egito na direção de se tornar uma república confessional, isto é, um país governado pelos preceitos do Alcorão, semelhantemente aos aiatolás do Irã. A sensação é a de que o Egito moveu céus e terras, sacrificou vidas e bens materiais, realizou um empreendimento popular gigantesco para, ao fim e ao cabo, andar em círculos e acabar no mesmo lugar. Como os cavalos de Pinder. Espero que o futuro desminta essa minha impressão.

P.S. Descobri recentemente que o Circo Pinder existe até hoje, percorrendo as cidades francesas e contando 158 anos da sua fundação.




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AMERICAN IDOL

Eu estava chegando em casa e vi que o pessoal assistia interessado ao American Idol. O rapaz que concorria ao primeiro prêmio (excelente, por sinal) pagava tributo a uma das grandes figuras do rock de todos os tempos: John Fogerty, do Creedence, e dividia o palco com ele. Fogerty arrasou.
A seguir, entrou em cena o velho, o careta, o genial, o incomparável Neil Diamond. Diamond e Fogerty são grandes intérpretes, sem dúvida. Mas para mim são acima de tudo são grandes compositores. Foram arquitetos, artesãos, foram artistas plásticos da sonoridade que definiu uma época. 


Esses caras não tiveram um trampolim tão feérico, de tantas luzes e cores, de tantas brilhos estreboscópicos, para iniciar a sua carreira. Não tiveram nada de efeito mundialmente retumbante como o American Idol. Foram operários da construção de letra e música.Com arte e qualidade. Deram forma e vida à música popular do século XX. E ninguém resiste a eles no século XXI. Desculpem, sei que tudo é uma questão de gosto. Mas eles são meus verdadeiros American Idols.


AMERICAN IDOL





Isso é o que se pode chamar de American Idol. A multidão que o diga. 




quarta-feira, 23 de maio de 2012

UM CARA MODESTO, QUASE ANÔNIMO E POR 57 ANOS ABSOLUTAMENTE INSIGNIFICANTE PARA A IMPRENSA MUNDIAL
 
Eugene Polley, falecido no dia 20 de maio, foi o quase desconhecido inventor do controle remoto, colocado no mercado há 57 anos. 
Ocorreu-me apenas lembrar apenas 12 das coisas que esse cara trouxe, com seu invento, para a vida de bilhões de pessoas e cidadãos consumidores em todo o mundo:

1) Conforto 
2) Escolha
3) Rapidez
4) Controle
5) Pluralismo
6) Interatividade
7) Democracia
8) Respeito
9) Poder
10) Segmentação
11) Personalização
12) Proatividade

P.S. Polley faleceu aos 96 anos de idade. Em vida, ele ganhou um Emmy. Foi notável sua contribuição para o desenvolvimento dos sistemas de radar na II Grande Guerra e para a formatação do vídeo-disco, mais tarde chamado de DVD pela indústria eletrônica. Era engenheiro, pesquisador e inventor. Trabalhou para a mesma empresa, a Zenith Eletronics (hoje LG), por 47 anos. Viveu até morrer nos arredores de Chicago, Eua.



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terça-feira, 22 de maio de 2012

UM MOMENTO INDISPUTAVELMENTE ÚNICO NA HISTÓRIA DO CINEMA
 
Woody Allen e Marshall McLuhan juntos.
O filme "Annie Hall" ganhou o Oscar de melhor filme de 1977. Um episódio magnífico: Diane Keaton e Woody Allen estão na fila do cinema. Vão assistir a um filme cult, para intelectuais. Atrás, um cara fala em voz alta. Woody Allen se irrita com sua afetação e chama, para tira-teima, logo quem ...Marshall Mcluhan ele mesmo, em carne e osso, que aqui se presta para uma das mais saborosas e pitorescas cenas da história do cinema. Woody Allen e Marshall McLuhan: um momento indisputavelmente único. Ah...se a vida fosse sempre assim... McLuhan viria a falecer 3 anos depois, em 1980.




 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O ULTRATOP E O SUPERRETRÔ
 
A IPO do Facebook e a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.
O Facebook é parte de um mundo novo, inédito, absolutamente fantástico e - quem sabe - uma porta que está se abrindo para novas transformações que virão. Acho importante, por isso, que nós, os usuários, saibamos o quanto vale o que nós usamos. E acho importante que saibamos também que a rede que nós usamos vale o que vale justamente porque nós a usamos.
A sigla ou termo IPO, pronuncia-se "aipiou", significa Initial Public Offering - Oferta Pública Inicial. O Facebook acaba de abrir o seu capital como empresa. Fez uma oferta pública na Bolsa de Valores e no NASDAQ, nos Eua. Qualquer pessoa do público pode se habilitar e comprar essas ações. O Facebook congrega 900 milhões de pessoas no mundo todo. Em razão desse fantástico número de usuários, o Facebook conseguiu que sua IPO faturasse na primeira fase 18 bilhões de dólares. Calculou-se, a partir daí, que o valor de mercado do Facebook seja de 104 bilhões de dólares. Para se ter uma idéia: o Google, em sua IPO de 2004, reuniu 1.67 bilhão de dólares na primeira oferta, o que levou a um cálculo de 26.4 bilhões de dólares como valor de mercado da empresa. A IPO do Facebook está entre os maiores fenômenos de mercado da história das empresas de capital aberto no mundo. Embora nesta segunda-feira alguns suponham que o valor de mercado ficará em torno de 92 bilhões de dólares, não há dúvida de que é uma cifra extraordinária, mesmo para Wall Street.
É interessante que a empresa mais moderna, mais top, mais up-to-date do mundo, na verdade esteja buscando financiar-se através de uma metodologia de captação de recursos - venda de papéis em bolsa (stockmarket) - que data do século XVII. A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais foi a primeira a fazer isso. Nada no mundo é tão novo assim. Até quem é ultratop acaba precisando de coisas que são superretrô.




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domingo, 20 de maio de 2012

UM SENTIDO NA VIDA
 
Quando eu te vejo / Com o filho no colo, enternecida / Eu sei / Que mesmo sendo tão incerta e inexplicável / Nossa aventura vivida / Estamos de mãos dadas / E nenhuma esperança está perdida. / Quanto te sinto comigo / Repartindo bravamente / A cada dia a dor sofrida / Eu sei por que / Irrevogavelmente / Foste por mim escolhida. / Também sei / Que os ventos suaves têm seu tempo / E depois de tanta estrada percorrida / É teu abraço / O meu lar, minha guarida. / E quando à noite / O amor nos silencia / Algo aqui dentro me diz / Definitivamente / Há um sentido na vida.(JF)

sábado, 19 de maio de 2012

A PETROBRÁS E A GRÉCIA - O EFEITO BORBOLETA DE LORENZ E A ILHA DE DONNE
 
O matemático e meteorologista Edward Lorenz é autor da teoria que fundamenta o chamado "efeito borboleta": um simples bater de asas de uma borboleta em - digamos - São Sebastião do Caí, no sul do Brasil, pode provocar, por reação em cadeia, uma violenta tempestade de gelo nas longínquas estepes da Manchúria, no norte da China, tempos depois. Isto é: nos sistemas complexos abertos, há uma interligação dinâmica imponderável, que está fora do nosso controle. Somos cada vez mais conectados e interdependentes neste planeta. A Grécia, muito recentemente, realizou eleições, em meio à crise econômica de proporções gigantescas que está vivendo. Os partidos tradicionais, como o Nova Democracia, de cunho mais conservador, e o Partido Socialista, foram surpreendidos. O voto se dividiu: nazifascistas e extrema-esquerda, além de forças ultranacionalistas de direita, tiveram notável ascensão. Resumindo: na Grécia está em marcha um grave processo de fragmentação social, associado a uma perda de eixo político e de objetivos nacionais comuns. A pulverização partidária não permitiu sequer a formação de um governo. Novas eleições foram convocadas para 17 de junho. Os gregos culpam a moeda oficial única de 17 países, o euro, e a rígida política monetária do Banco Central Europeu, pela situação em que se encontram. A Grécia ameaça abandonar a zona do euro. Essa decisão impactaria dramaticamente a Europa. Vejam: só essa ameaça, por si mesma, já é capaz de produzir efeitos. É o bater de asas da borboleta provocando a tempestade de gelo. A confiança no euro está indo para o espaço. Investidores internacionais que possuíam seus ativos financeiros em euro se transferiram massivamente para o dólar. Em consequência dessa nova e inesperada procura, o dólar se valorizou de um dia para o outro. Inclusive frente à moeda brasileira, o real. Com a desvalorização do real, conforme noticiou ontem e hoje o jornal Estado de São Paulo em sua seção Economia/Negócios, a Petrobrás deixou de ter um valor de mercado de 144 bilhões e passou a ter um valor de 129 bilhões de dólares. Quer dizer: uma drástica redução de patrimônio num estalar de dedos: as urnas da eleição grega fizeram 15 bilhões de dólares do valor da Petrobrás se esfumaçarem no ar. Lembrei-me do poeta inglês John Donne. O que Donne escreveu sobre o ser humano como indivíduo, no século XVII, vale, no mundo de hoje, para os países e para as empresas: definitivamente, em nossos dias, nenhum país - assim como nenhuma empresa - pode ser uma ilha

terça-feira, 15 de maio de 2012

A MOEDA E O POLIEDRO

O dólar chegou a 2 reais. O que isso significa? Como isso nos atinge? O valor da moeda é um elemento determinante da economia. O câmbio, que é um fator externo, tem impacto em muitos setores do mercado interno. Nada é tão simples assim. Nem tudo é bom, nem tudo é ruim. A economia tem vários lados. Como um poliedro. O poliedro, aquela figura geométrica que a gente aprende na escola e que foi tão utilizada por Platão e Arquimedes, dá uma idéia da diversidade de interesses e pontos de vista de uma mudança econômica. Para que isso seja melhor entendido, compus o quadro abaixo (clique na foto para ampliar):


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domingo, 13 de maio de 2012


MÃES
Mães / Não têm dia e não têm hora / E se preciso for / Tecem o tempo e a aurora / Para criar seus filhos sem temor. / Mães / Amassam com sua fé e com a mão / A dura massa / E a inefável textura / Da vida, da longa espera e do pão. / Mães / Acordam muito cedo / E não há nada que lhes seja / Amargo ou azedo. / De onde vem tanta força? / O que lhes dá tanta esperança? / Mães não têm ódio e não têm medo / Elas simplesmente amam. / Eis todo o seu segredo. (JF)
A mãe de todas as mães.

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

MISSIONEIROS COMBATENTES
Do sul de minha pátria / Ao coração do continente / De onde nascem os trigais / Às ramadas e vertentes / Com seus sonhos, seus cavalos / E cascos estridentes / De culote e aba larga / Sob o sol mais inclemente / Enfrentaram milicianos / Tinham arma até os dentes / Tinham pouco mais que nada / E a fé de toda a gente / Eram pais e eram filhos / Eram poucos e valentes / Cavalgando a esperança / Missioneiros combatentes / Quem são esses soldados / Quem são esses tenentes / Mãos serenas e bravias / Olhos vivos e ardentes

Música: Pery Souza / Letra: José Fogaça
Canta: Pery Souza com o grupo Canto Livre 
Participa com voz e teclado: Jair Kobe (O Guri de Uruguaiana).

Clique no endereço abaixo para ouvir:
http://snd.sc/KIH2mZ

quarta-feira, 9 de maio de 2012


O euro em colapso

DUELO DE GIGANTES À BEIRA DO ABISMO
  
Respeitável público! À sua esquerda: o Presidente eleito da França, François Hollande, apoiado nas ideias do famoso economista inglês John Maynard Keynes! À direita: a Primeira-Ministra da Alemanha, Angela Merkel, tendo apoio nas ideias do não menos renomado economista americano Milton Friedman! Não perca: ao vivo, para o mundo todo, nos próximos meses!

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França x Alemanha. Os líderes das duas grandes potências da Europa divergem frontalmente quanto à austeridade do ajuste fiscal e monetário a ser aplicado nas economias em crise, na megaoperação de salvação do euro, a moeda oficial única comum a 17 países dos 27 que compõem a União Européia. 











segunda-feira, 7 de maio de 2012

156 ANOS 
E FREUD AINDA É POP 

Ontem, 6 de maio de 2012, foi um dia importante para a história da psicanálise. O médico austríaco Sigmund Freud nasceu nessa data, há 156 anos. A ele se deve o mais sedutor arcabouço de ideias jamais concebido em toda a história da Ciência - no que diz respeito aos mistérios da mente. Poucos são os que puderam estender sua influência por tanto tempo e por tantas gerações. 

É fantástico saber que alguém que morreu há um século e meio está tão presente em nossas vidas, em nossa cultura, em nosso vocabulário, em nossas relações, em nosso modo de interpretar a vida e a alma humana. 

Instituições, cérebros, vidas inteiras, obras, projetos, pesquisas e - por que não dizer - grandes investimentos, em todo o planeta, têm girado em torno de suas teorias ao longo desses anos.

Recalque. Ego. Inconsciente. Complexo. Castração. Narcisismo. Repressão. Neurose. Depressão. Nos anos 60 e 70, a linguagem freudiana era quase obrigatória no vocabulário cotidiano da classe média mais culta e sofisticada. "Freud explica", se dizia para tudo e qualquer coisa. Hoje, essas expressões, que na verdade têm origem e fundamento em complicadas teses psicanalíticas, se tornaram familiares e rasamente comuns no dia a dia de bilhões de pessoas em todos os recantos da Terra. Embora muita gente sequer saiba de onde e de quem isso veio. 

É espantoso como neste mundo atribulado e indecifrável em que vivemos no início de século XXI, cada vez que paramos para refletir e entender nossas idiossincrasias, ainda somos tocados pelos sinais vigorosos e indeléveis do pensamento freudiano. Freud ainda é um marcante fenômeno da cultura ocidental. Sem dúvida, Freud ainda é pop. 

Sigmund Freud (1856-1939)






TALENTO NÃO SE COMPRA NA FARMÁCIA
 
Sou fã do Guri de Uruguaiana.
Nunca vi bagual mais telúrico, mais guasca. O índio me conta cada história mais engraçada que gordo botando calça de magro. Fomos ao show e ele simpaticamente chamou Isabela para cantar Vento Negro e Porto Alegre é Demais no palco.


Mas che, o gaudério me bota enchentes de público! Não sobra lugar pra uma mosca. A fila na porta émais comprida que suspiro em velório. Lá dentro, é uma gargalhada atrás da outra. É simples: trata-se de talento. O grande talento de humorista apoiado no extraordinário talento de músico que ele, o guri Jair Kobe sempre mostrou - desde os tempos do grupo Canto Livre. É o que explica tudo isso. É talento. Não tem outra palavra. E talento não se compra em farmácia. 
O pessoal sai do teatro mais feliz que lambari na sanga.



 

sábado, 5 de maio de 2012

O EURO CAMBALEIA, A EUROPA DESPENCA

Entenda, em menos de 2 minutos, o que aconteceu com o euro, a moeda única oficial de 17 dos 27 países da União Européia. Desculpe, está em espanhol. Mas é facílimo entender.
Clique no link abaixo e veja:

 http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/2011/07/110705_video_desmoronamiento_euro_med.shtml?s

quinta-feira, 3 de maio de 2012

PRIMAVERA ÁRABE - NO QUE DEU?
clique na foto para ampliar

No Egito, a ditadura de Nasser, Sadat e Mubarak, originada do Movimento dos Oficiais Livres do Exército, estava no poder há mais de 40 anos. Os militares assumiram o poder no Egito nos anos 60 com uma visão reformista e modernizante. Portanto, Mubarak descende de uma vertente que combateu o arcaísmo secular do país: o domínio do estado pela igreja, o sistema de sultanato e a velha monarquia. Nasser, no entanto, optou por um viés socialista totalitário: todos os partidos foram excluídos e o partido da União Árabe Socialista tornou-se partido único. Esse modelo autoritário e não-democrático resistiu por muitas décadas. Em 2011, finalmente, com o advento da Primavera Árabe, exauriu-se. 

Instalou-se um novo regime - e a democracia plena no Egito ainda é uma promessa. O estado laico foi substituído por uma república confessional de caráter islâmico: a nova constituição, aprovada por plebiscito, proclama o Islamismo como religião oficial do estado egípcio. O Partido da Irmandade Muçulmana obteve pelo voto uma sólida maioria política no país. 

Os jovens entusiastas da modernidade, mobilizados através de redes sociais como o twitter, frustrados em seu projeto de um país moderno e livre com democracia plena, hoje, perplexos, sem saber bem o que está acontecendo - apenas aguardam. Aparentemente, seu impulso de mobilização e mudança já não é o mesmo. O fato é que, para os iniciadores da Primavera Árabe, a revolução no Egito não resultou absolutamente naquilo que eles sonhavam. E isso tem feito com que as pessoas, aqui ou em qualquer lugar do mundo, se imponham uma reflexão. As redes sociais, nesta segunda década do século XXI, têm um impacto novo e desconhecido na vida dos povos. Há uma pergunta que não pode deixar de ser feita. As redes sociais - por si só - são capazes de conduzir os povos a um mundo pleno de democracia e liberdade? Confesso a vocês: eu não tenho ainda resposta a essa pergunta.