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quinta-feira, 3 de maio de 2012

PRIMAVERA ÁRABE - NO QUE DEU?
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No Egito, a ditadura de Nasser, Sadat e Mubarak, originada do Movimento dos Oficiais Livres do Exército, estava no poder há mais de 40 anos. Os militares assumiram o poder no Egito nos anos 60 com uma visão reformista e modernizante. Portanto, Mubarak descende de uma vertente que combateu o arcaísmo secular do país: o domínio do estado pela igreja, o sistema de sultanato e a velha monarquia. Nasser, no entanto, optou por um viés socialista totalitário: todos os partidos foram excluídos e o partido da União Árabe Socialista tornou-se partido único. Esse modelo autoritário e não-democrático resistiu por muitas décadas. Em 2011, finalmente, com o advento da Primavera Árabe, exauriu-se. 

Instalou-se um novo regime - e a democracia plena no Egito ainda é uma promessa. O estado laico foi substituído por uma república confessional de caráter islâmico: a nova constituição, aprovada por plebiscito, proclama o Islamismo como religião oficial do estado egípcio. O Partido da Irmandade Muçulmana obteve pelo voto uma sólida maioria política no país. 

Os jovens entusiastas da modernidade, mobilizados através de redes sociais como o twitter, frustrados em seu projeto de um país moderno e livre com democracia plena, hoje, perplexos, sem saber bem o que está acontecendo - apenas aguardam. Aparentemente, seu impulso de mobilização e mudança já não é o mesmo. O fato é que, para os iniciadores da Primavera Árabe, a revolução no Egito não resultou absolutamente naquilo que eles sonhavam. E isso tem feito com que as pessoas, aqui ou em qualquer lugar do mundo, se imponham uma reflexão. As redes sociais, nesta segunda década do século XXI, têm um impacto novo e desconhecido na vida dos povos. Há uma pergunta que não pode deixar de ser feita. As redes sociais - por si só - são capazes de conduzir os povos a um mundo pleno de democracia e liberdade? Confesso a vocês: eu não tenho ainda resposta a essa pergunta.