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sexta-feira, 29 de junho de 2012

RIO +20: o que aconteceu nos 20 anos que a separam da Eco 92 
 Dados extraídos de relatório oficial do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente demonstram que a Eco 92 valeu mais pelo seu efeito pedagógico do que por resultados concretosClique no link abaixo:  Rio +20 - saiba o que aconteceu no planeta nos últimos 20 anos

quarta-feira, 27 de junho de 2012

JUSTIÇAMENTO DE COMPANHEIROS DA LUTA ARMADA DURANTE A DITADURA






A Folha de São Paulo mostra em reportagem que companheiros julgaram e executaram companheiros nos anos de chumbo da ditadura militar. 
SOM, ESPAÇO E MOVIMENTO: O CINEMA NA SUA ESSÊNCIA E A INVENÇÃO DE UM NOVA ESTÉTICA




 
Li em algum lugar que "Singing in the rain" (Cantando na chuva), o filme, comemora 60 anos. Não o vi, tinha apenas 5 anos quando foi lançado. Mas a cena de Gene Kelly cantando a canção de Arthur Free e Herb Brown no meio da rua constitui um dos momentos mais extraordinários da arte do cinema de todos os tempos. Sou apaixonado por esta cena desde que a vi pela primeira vez, há muitas décadas. Percebam o travelling (a viagem) da câmera. Aproxima-se e fecha no detalhe do sorriso de Gene Kelly e logo se abre para toda a amplitude do cenário, depois se afasta novamente para que o guarda-chuva gire infinitamente. As sensações brotam da tela e capturam nossas mentes e corações. "Singing in the rain", na minha opinião, inaugura o cinema moderno, tal como o conhecemos. Essa dinâmica de som, espaço e movimento, que combina de forma arrebatadora emoção e significado, tem aí o seu ponto culminante. O cinema dos anos cinquenta descobriu que um poste de luz não é apenas um poste de luz, não é apenas um objeto estático que decora o cenário. Um poste é, sobretudo, um ponto de apoio para subir, abrir os braços e saltar ao chão. Um poste de luz, no cinema, pode ser, na verdade, um pretexto para a ação, para o gesto, para o movimento. Tudo é ação: a vitrine da loja, o cordão da calçada (meio-fio), a água da chuva, os transeuntes, cada elemento do cenário está a serviço dessa lógica que vê no movimento uma forma de linguagem. Música, letra, interpretação, voz, dança, sapateado, cenário, coreografia, atores, personagens, fotografia, cor, luz, ritmo, tempo, montagem, sequência, som e movimento - em nenhum outro momento da história do cinema todos esses elementos foram reunidos em uma só cena com perfeição tão absoluta. Assistam e ouçam, levantem o som do computador, é o cinema puro, na sua mais definitiva forma de expressão. É intocável, é uma relíquia do século XX. É a invenção de uma estética que sobreviveu ao século XXI. Ninguém fez melhor até hoje. Em qualquer tempo e lugar.

terça-feira, 26 de junho de 2012

GASOLINA: NÃO TEM AUMENTO, NÃO TEM MILAGRE, NÃO TEM ESTRADA
 
O preço da gasolina aumentou ontem nos postos. Ninguém sentiu. A gasolina aumentou 7,83%. Mas, para esse aumento não aparecer, um imposto foi zerado: a Cide*. Os recursos da Cide têm dois destinos : a) investimentos do governo em tecnologia ambiental para combater o efeito de combustíveis fósseis (CO2) e b) estradas. Esses recursos, com o zeramento da Cide, simplesmente não existirão. Menos estradas conservadas e mais CO2 no ar. O consumidor - como consumidor de gasolina - não perde. Mas perde como usuário de estrada e perde na qualidade do ar que respira. Quer dizer: milagre não existe. Não tem aumento, não tem milagre, não tem estrada.
*Contribuição sobre intervenção no domínio econômico.

domingo, 24 de junho de 2012

POBRE LUGO, POBRE PARAGUAI, POBRE DEMOCRACIA
O ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, construiu sua formação política a partir de vertentes da esquerda latino-americana que tiveram sua vigência nos anos 60 e 70. A corrente política da qual ele é originário, embora sincera, ignorou  cruciais mudanças ocorridas no mundo nas últimas décadas. Quando uma ideia ou um método estão fora de seu tempo e lugar, ao invés de produzir soluções, acabam produzindo apenas crise, impasse, imobilidade e, quase sempre, o pior: um efeito contrário aos seus objetivos. 
O discurso político sustentado por Lugo, no entanto, mesmo envelhecido e incapaz de garantir na prática avanços reais àqueles a quem pretendeu defender, foi inegavelmente o discurso que o elegeu. Diferentemente do que aconteceu em outros lugares, Lugo não pode ser acusado de ter vencido com um discurso e governado com outro. Não. Lugo foi rigorosamente coerente com o sucesso político de seus dogmas e de seu anacronismo. Colocou em prática o seu discurso: o mesmo que o levou ao epicentro do poder também o levou ao abismo.
      Nunca é demasiado reafirmar: o mundo mudou, mas a transformação social continua uma necessidade urgente e absolutamente inadiável. As diferenças, os dramáticos desníveis de acesso aos meios de produção e à renda não desapareceram. A miséria e a injustiça constituem ainda a amarga realidade de imensas parcelas desta América Latina. 
     Hoje, no entanto, a ruptura com esse estado de coisas passa por outras formas de luta. Há muito mais avanço, há muito mais mudança e transformação social em políticas públicas lastreadas na cooperação do que nas ações engendradas a partir do conflito e da ruptura. A governabilidade hoje é essencial à defesa dos excluídos. Destruir a governabilidade é destruir os instrumentos de luta dos menos favorecidos.
     A erradicação da pobreza depende hoje da capacidade de se produzir consenso em torno de um projeto comum e socialmente solidário, que se construa em um ambiente de  diálogo, confiança e soluções negociadas, um ambiente favorável aos investimentos, ao crescimento econômico, à geração de empregos, à  legitimação e viabilização da pequena propriedade agrícola. Ou seja: em uma democracia de mercado na qual o Estado não abra mão de seu necessário papel de iniciativa e coordenação em defesa do bem comum. 
  Diante do desfecho surpreendente da crise política do Paraguai, é importante deixar claro: Lugo tem uma visão política extemporânea, superada - equivocada, talvez - mas não criminosa. Mesmo que seus movimentos de governo tenham sido vacilantes, erráticos e contraditórios, a decisão-relâmpago de subtraí-lo da presidência não deixou de causar estranheza e mal-estar. Mesmo que tenha sido por meios constitucionais e pela maioria das duas casas do Congresso.  Os instrumentos que a democracia inventou para resolver esses equívocos são outros: a organização política, a liberdade de expressão, o debate, o diálogo e o voto.
    Se vivesse no Paraguai, provavelmente não teria votado em Fernando Lugo. Mas também de modo nenhum apoiaria sua destituição. 

sábado, 16 de junho de 2012

É SIMPLES, MAS FICARÁ PARA SEMPRE
 
Sabe em que estou pensando? Em uma grande mulher. Uma mulher que, através de palavras que ganharam vida e ganharam mundo, produziu uma nova ética intergeneracional para o nosso tempo. E para todos os povos.
É incrível: certas palavras ou expressões nascem com o dom da hiperssignificação. Isto é: são absolutamente certeiras, precisas e particularmente vigorosas em relação ao conteúdo que querem expressar. Uma vez assimiladas, correm o mundo, andam por todas as bocas e textos, em qualquer língua, em qualquer dialeto, ganham vida própria, tornam-se emblemáticas, infalíveis. Em qualquer lugar, basta mencioná-las para dizer muito, e até, em alguns casos, dizer tudo que se quer dizer. Esta senhora, que costuma atender pelo nome de Gro, foi quem cunhou e definiu a expressão "desenvolvimento sustentável", há 25 anos atrás, em um relatório que elaborou e apresentou junto à ONU. Gro é Gro Brundtland, ex-primeira-ministra da Noruega e extraordinária militante mundial do ambientalismo. O conceito de desenvolvimento sustentável está lastreado em uma visão generosa e humanista, e foi capaz de produzir uma nova ética intergeneracional: é preciso atender às necessidades das gerações atuais sem comprometer as necessidades vitais das gerações futuras. Desenvolvimento sustentável. É simples, mas ficará para sempre.


Gro Brundtland
 

quinta-feira, 14 de junho de 2012


ELIZABETH E PORTIA: A RAINHA DA JAMAICA E OS CAMINHOS INSONDÁVEIS DE UMA DEMOCRACIA



Meu filho às vezes fecha a porta do quarto e mergulha por horas e horas no som de Bob Marley. Acho isso fantástico, não só porque me faz feliz saber que ele cultua os melhores valores da música, mas também pelo fato simples e espantoso de que, quando Marley morreu, ele ainda não havia nascido. É impressionante: volta e meia, a Jamaica entra em minha casa. A fulgurante Jamaica, a pátria do reggae, a terra do gênio incomparável de Bob Marley, o país de Usain Bolt, o homem mais veloz que o vento. Pensava justamente nisso quando me deparei com esta magnífica foto do fotógrafo Chris Levine, que está sendo exposta na Galeria Saatchi, de Londres, reproduzindo a austera figura de Elizabeth II. Logo me veio à mente o fato de que, exatamente há 50 anos, por vontade divina - dizem os documentos reais - e por livre consentimento do seu povo, a serena e impávida Elizabeth é a Rainha da Jamaica. É interessante, porque a Jamaica presta reverência a Sua Majestade, mas nem por isso deixou de ser um Estado independente e democrático, hoje sob a égide da poderosa primeira-ministra Portia Simpson-Miller, eleita pelo voto de seus compatriotas, à frente de um partido de orientação socialista, o Partido Nacional do Povo. Nem por isso a voz da sua gente deixou de chegar aos quatro cantos do mundo. Olho para essas duas mulheres e constato que elas são profundamente díspares, são contraditórias, sim - mas talvez não sejam excludentes entre si. E aí me dou conta do quanto insondáveis podem ser os caminhos de uma democracia - e ainda assim ser uma verdadeira e incontestável democracia.


 

Clique na foto para ampliar

 
 

terça-feira, 12 de junho de 2012

SEU NAMORADO
 
Seu namorado / Ri à toa e ninguém nota / Ele dá pulo e cambalhota / Se você o abraça / E diz que nada mais importa. / Seu namorado / É bobo de feliz / Ele mesmo é quem me diz / A felicidade / Fica a um palmo do nariz. / Enfim, eu fiz somente / Estes versos pra dizer / O quanto a vida já me deu / Pois felizmente / Seu namorado / Sou eu. (JF)

sábado, 9 de junho de 2012

The future is forever - World IPv6 Launch

6 DE JUNHO DE 2012
DIA DO LANÇAMENTO MUNDIAL DO IPv6





Visite o site e infome-se pessoalmente no link abaixo.

                                                  Clique aqui: June, 6 - 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

TUDO QUE É SÓLIDO SE DESMANCHA NO AR
 
Vivemos tempos de fulminante obsolescência. Tudo se torna arcaico, velho, superado, em segundos. Porque algo extraordinário foi criado em seu lugar.

O som que pode ser ouvido abaixo há poucos anos (pouquíssimos) era a forma de acesso à internet (discagem telefônica). Você tinha que ter o número do telefone do provedor, possuir uma conta, uma senha e operar a discagem a cada acesso. Se a linha caísse, tinha que começar tudo de novo. Apenas para recordar esse nostálgico passado, ouça a seguir.

Clique no link abaixo:
  
Um som que você ouviu muito na internet. Claro, depende da sua idade. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

RUMO AO INFINITO
UMA NOVA INTERNET A PARTIR DAS 00:01 GMT


Para alguns vai parecer a mesma coisa. Mas a partir da meia-noite de hoje está em marcha um processo na internet que é uma verdadeira revolução tecnológica. Às 00:01, horário de Greenwich, passou a funcionar um novo sistema de protocolos que vai substituir o atual. Essa mudança, provavelmente imperceptível, vai permitir que sejam criados, daqui para o futuro trilhões de novos endereços na rede. Cada computador que se integra à internet o faz através de um protocolo e passa a ter um endereço. O atual sistema IPv4 permite que existam apenas 4 bilhões de endereços de aparelhos na internet. O novo sistema, o IPv6, que entra hoje, permitirá mais do que 240 bilhões de endereços de computadores em todo o planeta.

Como é visto o endereço IP hoje:


216.27.61.138

Como será visto no novo protocolo:


3ffe:1900:4545:3:200:f8ff:fe21:67cf

terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia Mundial do Meio Ambiente
LOVELOCK, A HIPÓTESE GAIA E O NASCIMENTO DE UMA NOVA ÉTICA AMBIENTAL CONTEMPORÂNEA

 
A idéia de maternidade vinculada à Terra vem do fundo dos tempos. Vem dos primórdios da história humana. Gaia, segundo a mitologia grega, é a deidade absoluta e primeira: é nela que se contém a simbologia original da vida. Gaia é a Terra. É a Natureza, a Mãe, o Cosmos, o abrigo, o alimento, a água, o fogo e o ar. A deusa Gaia é a alegoria da criação e da destruição e é, ao mesmo tempo, a fonte de todo equilíbrio. Urano concebeu no seio de Gaia dois filhos: Oceanus, o mar, e Chronos, o tempo. Nós, os seres humanos, como indivíduos, somos hóspedes transitórios, mas a vida humana está integrada de forma permanente a um modelo biológico que se define na nossa relação de intercâmbio e convivência com a imponente Gaia. O mecanicismo e a termodinâmica não são mais suficientes para explicar o destino do planeta. 


Por isso lembrei-me da figura de James Lovelock. Ele tem muito a ver com o novo ciclo de consciência ecológica que a humanidade passou a viver a partir da segunda metade do século XX. Da cabeça privilegiada de Lovelock saiu a Hipótese Gaia, uma teoria científica segundo a qual a Terra (Gaia) não é apenas um imenso astro boiando no espaço, mas sim um organismo vivo e autorregulável. Gaia rege os processos de fertilidade, crescimento, vida e morte de tudo que sobre ela existe. Como uma grande e poderosa mãe, com a qual temos que viver com respeito e em harmonia, de forma integrada e interativa. 

Lovelock e a sua parceira Lynn Margullis fizeram a ciência do século XX e início do XXI olhar com mais respeito para esse ser homeostático, biologicamente reativo, que é a Terra. Suas idéias ajudaram a criar uma nova ética ambiental contemporânea - e a visão de Gaia está, sem dúvida, na base do movimento ambientalista mundial, tal como o conhecemos hoje.


No Dia Mundial do Meio Ambiente, vale a pena lembrar o papel histórico que cumpriram, independentemente da controvérsia ou polêmica que possam ter gerado.



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OS IMPRESSIONANTES NÚMEROS DO FACEBOOK


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sábado, 2 de junho de 2012

A CASA DO MEU AVÔ
 
Dizem que o paraíso só vem / Depois de a gente envelhecer / E deixar esse mundo. / Mas eu devo lhe dizer / A saudade dói lá no fundo / Quando lembro a casa do meu avô. / Aquilo, sim / Era um paraíso, sim senhor. / Tanta liberdade, tanta brincadeira / Cada minuto era uma vida inteira / Eu era quase um passarinho / E a felicidade foi meu ninho. / Eu era muito guri / E ainda nem sabia viver / E o melhor só descobri / Agora, depois de crescer / Pra ir pra aquele paraíso / Nem era preciso morrer. (JF)



Clique no link abaixo para ouvir: 

A casa do meu avô
Ao violão: Cau Netto. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

QUEBRANDO A CABEÇA, QUEIMANDO A MUFA, ESQUENTANDO A MORINGA - O fim de uma tradição de 151 anos na poupança.


Para entender como funciona a complicada engenharia financeira da Selic, Tr, Copom, Cdb, juros e poupança na nossa economia, elaborei um curto texto e anexei uma imagem gráfica. Vejam: a caderneta de poupança foi criada por D. Pedro II em 1861. Ao criar um sistema nacional para atrair os pequenos poupadores, D. Pedro tratou de assegurar por lei que o governo sempre haveria de pagar 0,5% ao mês como rendimento mínimo da caderneta de poupança. Essa longa e histórica tradição, que perdurava desde os tempos do Império, acaba de ser quebrada pelo governo federal. Desde o dia 4 de maio deste ano, não está mais assegurado o rendimento de 0,5% ao mês para os depósitos em poupança. Ou seja: o rendimento poderá ser menor do que 0,5%. O objetivo dessa política é: 1º) Estimular o consumo (a poupança rende pouco, tire da poupança e gaste) É notória a queda da atividade econômica no país. 2º) Poder baixar a taxa de juros oficial do Banco Central (taxa Selic), sem ser obrigado a continuar pagando rendimento fixo às cadernetas de poupança, o que daria prejuízo ao governo. 3º) Evitar que investidores de outros fundos de investimento se transfiram em massa para a caderneta de poupança (o que fariam se o rendimento mínimo continuasse assegurado), situação em que o governo também sofreria sério prejuízo.
Detalhando: a caderneta de poupança até o dia 4 de maio deste ano recebia como rendimento 6,17% (mínimo assegurado) ao ano + TR. A partir dessa data, a caderneta de poupança passou a receber como rendimento apenas 70% da taxa Selic fixada pelo Copom + TR. O que isso significa? Se a taxa Selic chegar, por exemplo, a 7,5% ao ano, o poupador da caderneta de poupança receberá menos de 0,5% ao mês. Veja se o quadro anexo o ajuda a entender melhor:


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