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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pequeno poema para uma filha ser feliz:


FILHA, MULHER 

Lento é o rio / Manso é o mar / Pequeno é o céu / Pro teu navegar / Novas manhãs / Vai descobrir / Galos e cães / Vão te seguir / Por aí / Vai viver / Quem te ouvir / Vai saber / Do jeito que eu te amei / Filha, mulher / Olha pra mim / Crê nessa luz / Crê no sem-fim / Pois isso é o que te fará sonhar.

sábado, 28 de abril de 2012

JULIUS ERVING E LEÔNIDAS DA SILVA
A ENTERRADA E A BICICLETA: O QUE NINGUÉM IMAGINAVA QUE O CORPO HUMANO PUDESSE FAZER

 
Assistir a um jogo da NBA hoje é assistir a um espetáculo de "dunks": uma enterrada atrás da outra. O "dunk" ou enterrada, no entanto, não existia até o final dos anos 60 e início dos anos 70. Foi em uma liga menor do basquete americano que surgiu um cara chamado Julius the Doctor Erving, que seria contratado mais tarde pelo Philadelphia 76rs. Ele é praticamento o inventor do "dunk", criando uma forma de jogar que até então se desconhecia. A conjugação de velocidade, impulsão, flexibilidade, e precisão faz do dunk uma jogada de efeito e emoção, uma associação perfeita de beleza plástica, dinâmica corporal e efetividade competitiva.


Esse mesmo efeito tem a "bicicleta" no futebol. A Leônidas da Silva, o grande craque brasileiro, é atribuída a invenção da "bicicleta", em 1932. Se ele não foi o inventor, pelo menos a ele se deve a universalização dessa bela jogada, utilizada pela primeira vez numa Copa do Mundo, em 1938. O juiz, espantado, anulou o gol de Leônidas. Faço esse registro como singela homenagem a esses dois fenômenos do esporte do século XX.


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quinta-feira, 26 de abril de 2012

COTAS RACIAIS NO STF
A PAIXÃO PELO BASQUETE E UM LIVRO QUE MUDOU MEU MODO DE PENSAR
 
O Supremo Tribunal Federal decidiu quinta-feira, 26-4-2012, pela constitucionalidade do sistema de cotas para estudantes negros nas universidades públicas do Brasil. Sabem em que eu estou pensando?

 
Era 1976 e eu estava em Los Angeles. À noite, no bairro de Inglewood, jogariam Magic Johnson e Kareen Abdul Jabbar, meus ídolos absolutos do basquete americano. Enterradas acrobáticas e passes milimétricos eram habilidades ainda pouco conhecidas aqui, mesmo entre os grandes craques do basquete brasileiro. Fiz das tripas coração para assistir ao jogo. Eu queria ter a oportunidade de ver com meus próprios olhos, e colher com a minha própria emoção nem que fosse apenas um lance, não mais do que um lance inesquecível, saído dos braços longilíneos e das mãos fantásticas de Kareen Abdul Jabbar. Não havia tv a cabo nem transmissões internacionais por satélite naquela época. Mas eu já era um aficcionado de Kareen Abdul Jabbar, nascido Lewis Alcindor, o Big Lew, nada mais nada menos do que o maior fenômeno da história do basquete americano.


Passados 20 anos daquele dia inesquecível, o acaso levou-me novamente a Los Angeles. Em 1996, a cidade continuava sendo um amálgama de avenidas retilíneas e absolutamente infinitas, highways tentaculares e distâncias invencíveis a pé. Mas os tempos haviam mudado. Abdul Jabbar já deixara as quadras, eu só tinha compromissos de trabalho e nenhum tempo disponível para ir a Inglewood, assistir aos Lakers. Por obra do acaso, visitando uma livraria especializada em sociologia e política, caiu-me às mãos um livro que iria mudar profundamente meu modo de pensar sobre a sociedade americana. Seu autor: Kareen Abdul Jabbar. Tìtulo: "Black Profiles in Courage" (Perfis de Coragem Negra).


A tese implícita do livro é simples: a diferença entre as crianças negras e os filhos de brancos nos Estados Unidos está em que estes possuem exemplos, dentro de sua família - o pai, um tio, o avô - nos quais se mirar para projetar suas perspectivas de vida, seus planos profissionais, suas aspirações e seus sonhos. Ou seja, no mundo dos brancos, bem ou mal, há uma elite, que cumpre o importante papel de modelo e estímulo às novas gerações – mesmo que isso possa ocorrer através de estereótipos ou idealizações. As comunidades negras, originárias da escravidão, eram desprovidas de exemplos. A discriminação positiva (com cotas obrigatórias) para o ingresso de cidadãs e cidadãos afro-americanos nas universidades dos Eua, existe para isso: para a formação de uma elite-espelho, cujo papel será o de encorajar os jovens negros a buscarem com esforço seus caminhos de realização e conquistas pessoais. Graças a esse sistema formou-se uma geração de generais, empresários, doutores, produtores culturais, artistas e altos funcionários de origem negra.


Tal como Kennedy fizera nos anos 50, escrevendo um livro sobre perfis de coragem americana, o Big Lew usara suas mãos gigantescas não para dominar rebotes ofensivos ou defensivos, não para um “toco”, uma “enterrada” espetacular ou um de seus “ganchos” incomparáveis, mas sim para produzir uma obra extremamente importante para o movimento negro nos Estados Unidos na sua luta por igualdade e respeito. Um processo duro, amargo, às vezes conflitante, que abriu o país para uma nova realidade: o fruto dessa experiência se consubstancia no fato de que, graças a isso, os negros americanos chegaram à Presidência da República
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quinta-feira, 19 de abril de 2012


A INAUGURAÇÃO DO PROTAGONISMO POPULAR NO BRASIL

Getúlio Vargas, se vivo estivesse, faria hoje 130 anos. É curioso, mas a data de 19 de abril é raramente lembrada quanto ao ex-Presidente. O dia 24 de agosto, dia de sua morte, dia em que legou a Carta-Testamento ao país, tem sido escolhido como o momento mais significativo para as homenagens. Talvez por sua poderosa simbologia, associada à comoção do suicídio e à crise política que o antecedeu. Não é exagero dizer que Getúlio foi o mais importante líder político da era republicana. Getúlio esteve no centro da Revolução de 30 e a Revolução de 30 foi inquestionavelmente a esquina da modernidade para o Brasil. Ele foi o presidente que mais tempo permaneceu no poder. Nisso ninguém o superou, até nossos dias. Getúlio será sempre muito lembrado pelo nacionalismo industrial, pelo voto da mulher, pelas leis de proteção ao trabalhador. Mas em seu tempo ocorreu uma profunda transformação sociológica, que produziria notáveis efeitos nas décadas seguintes. Foi uma mudança no cerne, na essência, no âmago político do Brasil. É em sua época que as massas populares emergem como personagens influentes e ativas do processo político brasileiro. Até então, os grandes momentos de eclosão, conflito e ruptura eram originários exclusivamente das elites, como fora a própria revolução de 30 e o movimento dos tenentes de 22. É possível dizer que a era getuliana é também a era da inauguração do protagonismo popular no Brasil. E isso não foi pouco. Quem viveu, viu.


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                                                                             fonte:Prati 






domingo, 15 de abril de 2012

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O HOMEM QUE NÃO É IMPORTANTE APENAS PARA SEU PAÍS

ELE JAMAIS AGIU COMO UM SALVADOR DA PÁTRIA

Daqui, do extremo austral do Brasil, como um simples cidadão do hemisfério sul, procuro observar os acontecimentos mundiais. Principalmente aqueles que, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde, irão afetar a vida de nosso país.
 
Esse homem foi acusado de iniciar a retirada das tropas do Iraque muito tardiamente: só o fez 3 anos depois de ter assumido a Presidência da República. Foi acusado ainda de não ter posto fim à guerra e à violência no Afeganistão. 
Muitos imaginavam que ele seria um presidente apenas da sua etnia. Ele mostrou que se comporta como presidente de todos os americanos. Por outro lado, há quem o acuse de ter agido como os outros presidentes brancos: fez valer a pesada mão de ferro do poderio militar dos EUA, invadiu o território de um país soberano, o Paquistão, sem permissão das autoridades locais, sem consultar os organismos internacionais de segurança - e fulminou Osama Bin Laden. O que você faria no lugar dele? Jogou duro com o homem que governa o Irã, Ahmadinejad. Aliou-se à Inglaterra e à França para pôr fim à era Kadhaffi. Mas acabou recuando de um confronto militar no Golfo Pérsico, na recente crise do bloqueio da passagem do petróleo pelo Estreito de Ormuz. Ao mesmo tempo, foi decidido e determinado ao fazer aprovar no Congresso o mais importante sistema público de saúde da história de seu país. 


Não, ele não é perfeito. Sim, ele cometeu erros. E acertos. A economia americana ainda não tirou o pé do atoleiro. Ele procura cuidar dos que perderam suas casas em meio à crise.  Muito longe do que alguns esperavam, ele jamais agiu como um salvador da pátria. Não ofereceu soluções mágicas e prontas. Nunca disse que iria fazer o que não podia.

Em meio à maior depressão econômica vivida pelos EUA nos últimos noventa anos, ele foi um Presidente que navegou num oceano de dificuldades. Foi possível entrever, entretanto, nessa dura tempestade, um homem que se esforçou sinceramente para não perder seu senso de justiça e a consciência do interesse público. Algo me diz que é preciso confiar nele. Ao dizê-lo, não penso no país dele. Penso no mundo. Penso na paz. E no futuro da humanidade.



Vídeo oficial, ao qual apenas foram acrescentadas legendas explicativas em Português.

O BRASIL E A PARIDADE DO PODER AQUISITIVO

A BBC de Londres fez uma comparação sobre a capacidade de compra dos salários em diversos países do mundo. Criou, para isso, um índice-padrão, denominado índice PPA - Paridade de Poder Aquisitivo. Utilizou criteriosa e detalhada metodologia sobre o salário médio dos trabalhadores em cada economia, levando em conta fatores locais, valor da moeda e acesso a bens oriundos do mercado internacional, permitindo uma comparação de fato, sem maiores distorções. Os valores estão expressos em dólar. Podemos ver a posição do Brasil:

 

sábado, 14 de abril de 2012

REPUBLICANOS JÁ SABEM QUEM SERÁ O ADVERSÁRIO DE OBAMA

MITT ROMNEY


Este é o cara do Partido Republicano que vai disputar as eleições presidenciais dos EUA. É mormon, já governou o Estado de Massachusetts, é extremamente rico, já operou profissionalmente em Wall Street. Seu pai foi governador do Estado de Michigan. Ironicamente, ultrapassou todos os candidatos fundamentalistas e ultraconservadores, que no início das primárias pareciam imbatíveis, como a inacreditável e espetaculosa Michele Bachmann, que naufragou. Rick Santorum chegou a parecer uma ameaça, vencendo em alguns estados importantes, como Iowa, Texas, Colorado. Newt Gingrich venceu na Carolina do Sul, mas não deixou de ser quase um fiasco o tempo todo. Ron Paul dá a impressão de que não se importa com os resultados. No fundo, há um grande diletantismo político em sua condição de candidato a candidato. Mesmo sendo mais respeitado que Santorum e Gingrich, tem-se mostrado inexpressivo do ponto de vista eleitoral. Romney é o candidato republicano menos radical nas relações entre religião e estado. Sua experiência como governador de um dos estados mais desenvolvidos do país - Massachusetts - centro intelectual dos EUA, onde está localizada a Universidade de Harvard e o famoso M.I.T., Massachusetts Institute of Technologie, lhe assegura proeminência sobre os demais candidatos. Tudo indica que, realmente, entre os nomes do Partido Republicano, ele é quem poderá fazer, com Obama, o debate mais útil e mais consequente para o país


sexta-feira, 13 de abril de 2012

A VIDA DE UM HOMEM EM 45 SEGUNDOS

 A INTENSA BREVIDADE DA EXISTÊNCIA

Vida bem sucedida é aquela em que você consegue, ao longo de todo seu curso, construir, manter e desenvolver relacionamentos humanos e verdadeiros: vivos, constantes, sólidos e sinceros. Vida bem sucedida é uma vida que não é isenta de afetos - a sua amada, os filhos, os amigos, os companheiros - viver para eles e com eles. Uma vida, portanto, que não é indiferente aos outros, uma vida compartilhada com alegria, com generosidade, mas também com sofrimento, sangue, suor e luta - desde o berço até o leito de morte. Isso, para mim, é uma vida bem sucedida.

Mas...como somos efêmeros. Mesmo essa vida generosa e feliz é um átimo no espaço, é poeira no cosmo, é um sopro breve no mistério do tempo.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

SAUDOSISMO EXPLÍCITO

Saudosismo explícito e descarado de minha parte.

Rita Pavone - Datemmi un martello - 1964


quarta-feira, 11 de abril de 2012

UM SONHO BRASILEIRO
Algumas instituições da nossa civilização estão desmoronando e nós ainda não sabemos bem o que fazer. Não inventamos ainda nada melhor - ou menos imperfeito. Nada temos para colocar no lugar. Não sabemos sequer por onde começar. Muitas dessas instituições são essenciais ao universo da Política e a Política, como sabemos, é essencial à organização da vida em sociedade. Os partidos, por exemplo: são necessários e constituem a única forma de acesso legítimo, pacífico e democrático ao poder. No entanto, os partidos políticos estão sob grave ameaça de se tornarem pacientes em estado terminal - por inanição. Como aqueles pacientes de hospital cujos sinais vitais são mantidos apenas por aparelhos. Um verdadeiro estado de coma, que pode durar muitos anos - décadas, quem sabe. Uma paralisia pública e institucional que nos empobrece como povo e como nação.
O vídeo que estou postando aqui talvez constitua algo novo. É patrocinado pelo Banco Itaú, pela Pepsi Co. e pela Rede Globo. Eu sei o que vocês estão pensando. Poderia se tratar de mais um grande engodo. Mais uma grande armação visando preservar os interesses das grande corporações e de quem hoje detém o poder político. Mas notem: esses jovens não se sentem representados no atual sistema. Eles não se sentem representados em nenhum movimento social tradicionalmente articulado. Eles não se sentem representados em nenhum - vejam, nenhum - partido político. Isso parece sincero. Eles reconhecem que o país em que eles querem construir esse sonho é melhor do que o Brasil em que as gerações anteriores quiseram construir o seu sonho. Eles reconhecem que o Brasil de hoje avançou e não por obra apenas dos últimos anos. Nem dos últimos governos. Eles colocam algo novo no ar. Por isso, acho importante saber o que eles pensam. E mais importante ainda: aonde querem chegar.




terça-feira, 10 de abril de 2012

UMA VIAGEM DA QUAL UMA GERAÇÃO INTEIRA JAMAIS RETORNARIA
 
Viagem em busca de um mundo novo. Em busca de um novo modo de ser. Em busca de uma nova identidade jovem. Em busca de um novo tempo, de uma nova liberdade. Um êxodo: nas escolas, nas ruas, nas universidades, milhões de jovens deixam para trás o passado e saem em busca do futuro. Em busca de uma nova era. Uma viagem da qual uma geração inteira jamais retornaria.

Não dá pra acreditar que esse filme já tem 43 anos.


domingo, 8 de abril de 2012


MORREU COM ELE UM POUCO DO MEU JEITO DE AMAR O FUTEBOL


Não, seu futebol não era infalível, não. Era apenas exímio, refinado, precioso, mágico, irrepetível. Apenas isso. Fiz-lhe algumas homenagens, recentemente, em nome da cidade. Entregamos-lhe a medalha de reconhecimento pelo cinquentenário da vitória brasileira no Panamericano de 1956. Comprei o seu livro, recebi seu autógrafo, um tempo atrás. Sempre fiquei com a sensação de que era pouco. Agora, que não é mais possível a gente se encontrar com o Airton nas andanças pela cidade, a grande homenagem que procuro prestar a ele é a de tentar rebuscar, com todo cuidado, rigor e carinho, nesse espaço frágil, difuso e imponderável a que chamamos de memória, os vestígios daquela magnífica imagem, ainda que esmaecida e fugidia, da sua figura imponente, do desassombro das suas jogadas, da sua inexplicável destreza em slow-motion, da bola absolutamente soberba e invencível que saía de suas chuteiras imortais. Faço isso também, confesso, para me agarrar de algum modo ao guri que eu fui. Não havia TV, o futebol não era transmitido e retransmitido de um canto a outro do planeta. Com ele, o futebol se tornou sublime aos meus olhos. Agora, que Airton morreu, morreu também um pouco do meu jeito de amar o futebol.


quinta-feira, 5 de abril de 2012

EDISON, JOBS E GATES:


O IRRESISTÍVEL IMPÉRIO 


DA INOVAÇÃO E


 OS DESAFIOS DA SAGACIDADE 





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Thomas Edison não foi apenas um cientista, um pesquisador, um inventor de laboratório, como imaginamos. Thomas Alva Edison foi, sim, um empresário sagaz e inovador. Inovação não é apenas inventar um novo produto. Mudar processos e sistemas também é inovação. Mudar - por exemplo - o modo como os consumidores se relacionam com um bem, com uma mercadoria ou com um serviço - aí pode estar o segredo de um novo e retumbante sucesso. Por volta de 1881, Chicago tinha 12 pequenas plantas geradoras de energia em diferentes locais da cidade, cada uma alimentando apenas as casas da vizinhança. Era um sistema extremamente caro e ineficiente, do qual só as famílias mais abastadas podiam usufruir. Edison e seus engenheiros perceberam que, nesse caso, o segredo estava na logística e na distribuição. Em vez de continuar trabalhando com pequenas plantas, construíram uma gigantesca central geradora de energia elétrica. Através de um sistema altamente ramificado de postes e fios, levaram eletricidade a custo baixo a todos os bairros da cidade e até a cidades vizinhas. Como num passe de mágica, de repente tornou-se possível iluminar milhares de residências. Edison tornou-se da noite para o dia - literalmente - o homem mais rico do alvorecer do século XX.

Bill Gates é o grande bilionário da era do computador pessoal. Seu sistema operacional Windows foi idealizado para administrar arquivos e programas dentro de uma máquina que funciona individual e isoladamente. Nisso, aliás, é imbatível. Todos os seus concorrentes, seja por razões monopolistas de mercado, seja por inovação tecnológica, deram com os burros n'água.
Nos últimos tempos, no entanto, Gates tem entrado em parafuso. Seu grande pesadelo não são os tablets e smartphones. Mas sim uma mudança logística profunda que ocorre de forma acelerada há mais de uma década e seus estrategistas e gênios de marketing demoraram para perceber. Seu pesadelo é a Nuvem. 


A Nuvem está mudando a forma como as pessoas se relacionam com seu computador e com toda a tecnologia da informação. Simplesmente porque há cada vez menos necessidade de guardar os arquivos, dados e programas de cada um em seu computador particular. É mais fácil utilizar o sistema de "nuvem": grandes servidores de armazenamento de dados que podem ser acessados de qualquer lugar, onde quer que o usuário se encontre: num parque de uma grande cidade, em casa ou no banheiro de um aeroporto. O Youtube, por exemplo. Para que guardar vídeos pessoais em meu computador, se posso armazená-los em um canal do Youtube e acessá-los a qualquer hora? Nossas fotos agora estão no Flickr ou no Facebook. Se precisamos de restaurantes, enciclopédia ou mapas, basta acionar o Google. 

As grandes corporações estão de olho: o eixo dos negócios mais rentáveis do futuro passa por essa esfera de relações propiciada pela Nuvem. É um tsunami de 160 bilhões de dólares. É a planta nuclear da era da informação. Jobs teve a sagacidade de criar o iCloud um pouco antes de sua morte. Mas o poderoso e insubmissível Windows, de Gates, que durante duas décadas esteve praticamente alojado em 90% dos computadores do mundo, pode tornar-se um programa cada vez menos necessário. E caminhar para a obsolescência ou extinção. São os desafios da sagacidade nesse irresistível império da inovação.
O FACEBOOK E A ÁGORA DE ATENAS
 
Constatação: uma pessoa integrada ao facebook sempre dá preferência às notícias que vêm da família e dos amigos. Ou melhor: na rede social, os amigos e a família são a melhor fonte de links, informações e conexões. A mídia e o resto vem depois. 
A descoberta é de um recente estudo científico, com base em criteriosa análise estatística, publicada pelo Annual Report on American Journalism (Relatório Anual do Jornalismo Americano) sobre mídia, facebook e twitter. Isso pode ser conferido no quadro logo abaixo. Notem: esses dados equivalem, em termos, a uma retomada dos valores originais da interlocução pessoal, direta, de pessoa a pessoa. 

É cada vez mais evidente que o facebook representa o ressurgimento de um antigo e primitivo sentido de comunidade. Tal como a ágora, a praça pública das milenares cidades gregas, que servia de lugar de encontro, comércio, troca de informações, construção de laços sociais, formação de amizade e produção de novas idéias. Vejam: nossos modos de vida estão mudando e nós ainda não sabemos quanto. Talvez o mais revolucionário do facebook seja essa sua capacidade nova de nos reconduzir a velhas e perdidas metodologias de convivência e confiança sociocriativa. Como na ágora da Antiguidade. Só que não há mais um Sócrates ou Platão como indivíduo a nos guiar. Há, sim, uma sabedoria coletiva, um valor agregado de conhecimento, um fluxo ininterrupto de idéias e diferentes saberes que, bem ou mal, passam aos borbotões, de segundo em segundo, por nossas linhas de tempo e por nossos feeds de notícias. Nosso papel é filtrar, digerir, descartar, reelaborar, refletir - e aprender. Como um ciclo que recomeça ad infinitum. 

O que tudo isso significa para o futuro? Não sei. 


segunda-feira, 2 de abril de 2012

O ANTES: PUBLICADO NA MANHÃ DO DIA 31/03/2012 - SÁBADO


FINALMENTE, REALIZANDO UM SONHO

Fico encantado e sempre muito feliz e agradecido em ver o carinho que os porto-alegrenses dão à Isabela pelo seu modo de cantar a cidade. Como o prefeito anterior proibia que as músicas dele próprio participassem de eventos patrocinados pela Prefeitura, ela ficou também sem poder cantar por muitos anos nesses eventos. Hoje à noite, de forma democrática, em meio a mais de uma dezena de grandes músicos e intérpretes da música popular gaúcha, finalmente Isabela estará lá, entre eles, igual a eles. Realizando um sonho. Com Caio Martinez e a Gafieira Elétrica, com a Banda Municipal e inúmeros convidados que cantam maravilhosamente nossa cidade: Gisele De Santi, Gelson Oliveira, Cigano, Bebeto Alves, Raul Ellwanger, Nei Lisboa, Luciah Helena, Ângela Jobim, Lourdes Rodrigues, Victor Hugo, ela, a Isabela Fogaça, e Kleiton e Kledir. Mais a Banda Essência. Na Redenção, no Baile da Cidade, às 20h30.


O DEPOIS: PUBLICADO NA TARDE DO DIA

 02/03/2012 - SEGUNDA-FEIRA  


A TAL REALIDADE

Ao ver um sonho / se tornar realidade / o contentamento / é tal e tamanho / que na verdade / a tal realidade / é que parece um sonho (JF).
Agradeço à megsarmento, por haver postado o show no youtube.