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quinta-feira, 5 de abril de 2012

O FACEBOOK E A ÁGORA DE ATENAS
 
Constatação: uma pessoa integrada ao facebook sempre dá preferência às notícias que vêm da família e dos amigos. Ou melhor: na rede social, os amigos e a família são a melhor fonte de links, informações e conexões. A mídia e o resto vem depois. 
A descoberta é de um recente estudo científico, com base em criteriosa análise estatística, publicada pelo Annual Report on American Journalism (Relatório Anual do Jornalismo Americano) sobre mídia, facebook e twitter. Isso pode ser conferido no quadro logo abaixo. Notem: esses dados equivalem, em termos, a uma retomada dos valores originais da interlocução pessoal, direta, de pessoa a pessoa. 

É cada vez mais evidente que o facebook representa o ressurgimento de um antigo e primitivo sentido de comunidade. Tal como a ágora, a praça pública das milenares cidades gregas, que servia de lugar de encontro, comércio, troca de informações, construção de laços sociais, formação de amizade e produção de novas idéias. Vejam: nossos modos de vida estão mudando e nós ainda não sabemos quanto. Talvez o mais revolucionário do facebook seja essa sua capacidade nova de nos reconduzir a velhas e perdidas metodologias de convivência e confiança sociocriativa. Como na ágora da Antiguidade. Só que não há mais um Sócrates ou Platão como indivíduo a nos guiar. Há, sim, uma sabedoria coletiva, um valor agregado de conhecimento, um fluxo ininterrupto de idéias e diferentes saberes que, bem ou mal, passam aos borbotões, de segundo em segundo, por nossas linhas de tempo e por nossos feeds de notícias. Nosso papel é filtrar, digerir, descartar, reelaborar, refletir - e aprender. Como um ciclo que recomeça ad infinitum. 

O que tudo isso significa para o futuro? Não sei.