Total de visualizações de página

sexta-feira, 1 de junho de 2012

QUEBRANDO A CABEÇA, QUEIMANDO A MUFA, ESQUENTANDO A MORINGA - O fim de uma tradição de 151 anos na poupança.


Para entender como funciona a complicada engenharia financeira da Selic, Tr, Copom, Cdb, juros e poupança na nossa economia, elaborei um curto texto e anexei uma imagem gráfica. Vejam: a caderneta de poupança foi criada por D. Pedro II em 1861. Ao criar um sistema nacional para atrair os pequenos poupadores, D. Pedro tratou de assegurar por lei que o governo sempre haveria de pagar 0,5% ao mês como rendimento mínimo da caderneta de poupança. Essa longa e histórica tradição, que perdurava desde os tempos do Império, acaba de ser quebrada pelo governo federal. Desde o dia 4 de maio deste ano, não está mais assegurado o rendimento de 0,5% ao mês para os depósitos em poupança. Ou seja: o rendimento poderá ser menor do que 0,5%. O objetivo dessa política é: 1º) Estimular o consumo (a poupança rende pouco, tire da poupança e gaste) É notória a queda da atividade econômica no país. 2º) Poder baixar a taxa de juros oficial do Banco Central (taxa Selic), sem ser obrigado a continuar pagando rendimento fixo às cadernetas de poupança, o que daria prejuízo ao governo. 3º) Evitar que investidores de outros fundos de investimento se transfiram em massa para a caderneta de poupança (o que fariam se o rendimento mínimo continuasse assegurado), situação em que o governo também sofreria sério prejuízo.
Detalhando: a caderneta de poupança até o dia 4 de maio deste ano recebia como rendimento 6,17% (mínimo assegurado) ao ano + TR. A partir dessa data, a caderneta de poupança passou a receber como rendimento apenas 70% da taxa Selic fixada pelo Copom + TR. O que isso significa? Se a taxa Selic chegar, por exemplo, a 7,5% ao ano, o poupador da caderneta de poupança receberá menos de 0,5% ao mês. Veja se o quadro anexo o ajuda a entender melhor:


Clique na imagem para ampliar