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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A guerra do xis e do refri

MUDANÇA DOS VENTOS: FELIZMENTE (PARA UNS) E INFELIZMENTE (PARA OUTROS) NEM A COCA-COLA NEM O CAPITALISMO TERMINARAM NA BOLÍVIA

  
Nas imagens acima, o que os jornais disseram após as declarações
do Ministro David Choquehuanca.
(clique nas imagens para ampliar)


 
O governo boliviano desfez, há poucas horas, a notícia gerada por uma declaração do Ministro de Relações Exteriores, David Choquehuanca, de repúdio à Coca-Cola. O Ministro disse textualmente: a Coca-Cola e o capitalismo chegarão ao fim em 21 de dezembro. Notem: quem falou não foi qualquer pessoa, foi um Ministro de Estado
, o homem que tem a alta responsabilidade de conduzir os negócios externos do país. A palavra de um ministro tem que ser levada em conta. Foi o que os jornais fizeram. Mas a realidade, ao fim e ao cabo, é esta: a Coca-Cola não sairá do país de modo algum. O McDonald's, sim, já foi embora. Mas não porque haja ódio ao capitalismo nem porque a cultura local repudie o fast-food. Também não foi embora o McDonald's porque os padrões cerimoniais da cultura alimentar do povo boliviano reneguem a indústria do fast-food. Nenhum elemento da tradição alimentar e das raízes culturais do povo boliviano veio a tornar inviável a fortíssima presença do Burger King, do Subway, do Kentucky Fried Chicken e outras famosas cadeias de fast-food nacionais e internacionais. Que lá continuam operando a mil, e de forma olimpicamente capitalista: com vendas elevadas e altíssmo lucro. Aliás: como essa aversão cultural funcionaria contra o McDonald's e não contra seu irmão gêmeo Burger King? Como expulsar a Coca-Cola e manter no país a sua irmã gêmea, a Pepsi? Felizmente (para alguns) e infelizmente (para outros) nem a Coca-Cola nem o capitalismo terminaram na Bolívia. E felizmente (para alguns) e infelizmente (para outros) os fatos são os fatos: xis e refri continuam a ser um grande sucesso como empreendimento econômico na Bolívia.