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terça-feira, 18 de setembro de 2012


VINTE DE SETEMBRO

"Sirvam nossas façanhas / De modelo a toda a Terra." / Dita assim, fica estranha / A expressão que aí se encerra / A morte realiza sua sanha / E mais um corpo de soldado se enterra / Não há pretensão tamanha / Para tão ímpia e tão injusta guerra. / Foram terras devastadas / Calcinadas em fome e sofrimento / Foram lanceiros mortos / Chacinados em abandono e desalento / Foram as pobres viúvas / Caladas em sua espera e lamento. / Casas, campos, colheita / Tudo destruído de uma feita / Ninguém haverá jamais de olvidar / Nem há força que possa arrancar / A estaca da bandeira farrapa / Fincada para sempre em nosso mapa. / Farroupilhas, tauras, guerreiros / Da nação se fizeram filhos verdadeiros / Em saga de honradez e lealdade / De grandeza e descortino / Porque foi na adversidade / Que souberam vencer a sorte e o destino. / Por isso, quando canto nosso hino / A voz irrompe forte no meu peito / E em cada frase, com respeito / Homenageio nossa História. / Assopro a brasa da memória / E lembro a façanha maior  / Aquela que não se haverá de esquecer / Aquela que haverá de ficar / Ainda que invisível ao olhos / Ainda que impossível tocar / Porque nos definiu como povo / Deu caráter ao gaúcho / E está na raiz da nossa identidade. / O Vinte de Setembro / Diz respeito,sim, a toda a humanidade / Não tome por imodéstia ou veleidade / Tantos sonhos morreram / Vidas se sacrificaram / Mas assinalaram ao mundo inteiro / O que pro mundo todo é verdade / Não há valor maior / Que o valor da liberdade. (JF)