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terça-feira, 27 de março de 2012


26 DE MARÇO: 240 ANOS

Não é possível negar: somos uma cidade mais do que  bicentenária. Tudo que vemos à nossa volta é fruto da maturidade dos séculos. Tudo que vemos à nossa volta é fruto de uma longa trajetória de esforços, idéias, emoções, lutas e sacrifícios - de todos nós e daqueles que vieram antes de nós. Neste dia dos 240 anos de Porto Alegre, é fundamental voltar o olhar, ainda que por alguns instantes, sobre esse passado, sobre os cuidados do tempo e toda essa generosa e fecunda história de almas, de vidas, de rostos, de homens e mulheres, que nos fizeram ser o que somos. Dos sobrados açorianos ao casario fincado nos morros, da Ponte de Pedra à Alfândega, das Dores aos Navegantes, da pequena freguesia do Porto dos Casais à trepidante metrópole desta segunda década do fantástico novo século.
Este é o espírito do aniversário: não se comemora uma situação eventual, não se festejam ganhos transitórios, mas todos nos despimos serenamente de nossas diferenças e celebramos um valor absoluto e generoso, um valor que nos engrandece - nossa identidade comum. A cidade trepida em suas vozes de ferro, mas também em sua profunda humanidade. É assim que eu a sinto. Com o coração, com a mente, com as mãos, com os olhos. Por isso, quando o sino mal começa a tocar na Catedral, quando vejo os pássaros que voam e sempre voltam para o cais, dá um coisa no meu peito que eu não sei se é normal. Olho em redor, respiro essa imensidão urbana e agradeço aos céus por vivermos todos debaixo deste mesmo céu, aqui e agora, unidos pelo mesmo destino de cidade.